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369 cursos têm a pior avaliação do MEC
Eles representam cerca de 7% dos 5.511 avaliados pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) em 2005
Na outra ponta aparecem outros 425 com notas máximas -4 e 5- tanto na prova como no Indicador de Diferença de Desempenho
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 369 cursos de ensino superior públicos e particulares poderiam ser fechados
ou ter o vestibular suspenso caso essa medida dependesse de
uma única avaliação feita pelo
governo federal.
Eles representam cerca de
7% dos 5.511 cursos avaliados
pelo Enade (Exame Nacional
de Desempenho de Estudantes) em 2005. O exame substituiu, desde 2004, o antigo Provão. Para ser fechado, o curso
ainda passará por avaliação in
loco de especialistas.
Além desses 369 cursos terem os conceitos mais baixos
no exame -1 e 2, numa escala
de 0 a 5-, eles também foram
os que menos agregaram conhecimento aos seus alunos
durante os anos da graduação.
Esse conhecimento agregado
foi "medido" pela primeira vez
neste ano por meio do chamado IDD (Indicador de Diferença de Desempenho), apresentado ontem em Brasília.
Na outra ponta aparecem
425 cursos que conseguiram
notas máximas -4 e 5- tanto
na prova como no IDD.
Essa última edição do exame
avaliou alunos do primeiro e do
último ano de cursos de graduação pertencentes a 20
áreas, entre elas engenharia,
biologia, computação e letras.
Ao separar apenas a nota média obtida pelos alunos no Enade, 27% dos cursos avaliados ficaram no patamar mais alto (4
e 5), enquanto 20% obtiveram
os conceitos 1 e 2.
"Fechar 7% dos cursos é até
pouco, tendo em vista a qualidade do que foi aberto nos últimos dez anos", disse Regina Vinahes, professora de pós-graduação em educação da Universidade de Brasília. "Mesmo
assim, são milhares de alunos
que estão em péssimos cursos."
Criado neste ano, o IDD mostra o esforço das instituições de
ensino superior para melhorar
a qualificação dos seus cursos.
Lança luz sobre uma antiga colocação: a de que as instituições
particulares, por receber alunos menos preparados, acabam
oferecendo formação geral que
eleva o conhecimento do concluinte, mas não chega a aparecer nos resultados finais.
Segundo os dados do Inep
(Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais),
53,5% dos cursos privados avaliados tiveram um desempenho
médio dos alunos concluintes
igual ou maior do que a média
esperada para aquele tipo de
instituição. Já no caso das federais, esse índice foi de 58%.
"A situação das particulares
se aproximou mais da realidade
média do país", afirmou o ministro Fernando Haddad (Educação) ao apresentar os dados.
"Com o aumento das matrículas, entraram alunos com dificuldades. Temos de dar reforço em português e matemática", disse o presidente do sindicato das instituições privadas
paulistas, Hermes Figueiredo.
Para o MEC, os cursos que tiveram notas 1 e 2 tanto no Enade como no IDD "acendem o sinal amarelo" quando passarem
pela avaliação in loco.
Para fazer essa avaliação in
loco dos cursos e instituições, o
Inep modificou a forma de selecionar os especialistas-avaliadores. Até 2005, eles eram indicados. Agora foi criado um cadastro. Cerca de 11 mil se inscreveram, a maior parte doutores. Desses, pelo menos 3.000
serão selecionados para fazer
parte do banco de avaliadores.
veja os dados em www.inep.gov.br
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