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MAGNO JOSÉ CRUZ (1951 - 2010)
Militante do movimento negro
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nos anos 80, Magno José
Cruz foi convidado para conhecer o Centro de Cultura
Negra do Maranhão.
Lá, encontrou a base que
precisava para lutar pelos direitos dos negros. Presidiu a
entidade por duas vezes e
nunca mais a deixou.
Caçula dos quatro filhos
de Raimunda e Silvério, casal
de operários de uma fábrica
em São Luís, formou-se em
engenharia civil em 1973.
Dava aulas de matemática
num colégio, mas era para os
movimentos sociais que dedicava maior parte do tempo.
E não apenas para organizações do movimento negro.
Em meados dos anos 80,
ajudou a fundar o sindicato
dos trabalhadores das indústrias urbanas do Maranhão.
Ao presidir a Sociedade
Maranhense de Direitos Humanos, lutou pela conquista
de terras para comunidades
quilombolas no Estado.
Já tinha um filho quando
conheceu Telma no centro de
cultura negra. Foi viver com
ela e teve mais três filhos, todos engajados no movimento negro. Casaram-se oficialmente apenas em 2008.
Em 2001, participou da
fundação de uma rádio comunitária. Lutava pela manutenção dela no ar, mesmo
tendo sido fechada várias vezes pela Polícia Federal.
Gostava de Martinho da
Vila, Dona Ivone Lara e Leci
Brandão. Viajava à Bahia para se inspirar na atuação do
movimento negro do Estado.
Atualmente, trabalhava
no projeto de contar a revolta
da Balaiada em forma de literatura de cordel.
Morreu na terça-feira (3),
aos 59, em São Luís, em decorrência de um câncer no fígado, deixando a mulher e
quatro filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
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