São Paulo, quarta-feira, 10 de agosto de 2011

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Sequestro de ônibus deixa feridos no Rio

Assaltantes trocaram tiros com policiais militares após serem abordados; pelo menos cinco pessoas ficaram feridas

Ônibus foi cercado por mais de cem PMs; dois bandidos se renderam após negociação, uma granada estava com eles


DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO


Ao menos cinco pessoas ficaram feridas durante um assalto a ônibus que se transformou em sequestro na noite de ontem, na av. Presidente Vargas, no centro do Rio.
Um ônibus intermunicipal, com cerca de 20 passageiros, fazia o trajeto da praça XV, no centro, a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, quando três assaltantes embarcaram, por volta de 20h, em frente à estação Central do Brasil. Um deles vestia camisa social e gravata.
Um tiroteio começou quando dois policiais que patrulhavam a área próxima à universidade Estácio de Sá acharam estranho o veículo ter ficado parado com o pisca-alerta ligado por cerca de dez minutos. Muitos que passavam pelo local abandonaram os carros, assustados.
Não se sabe ainda quem iniciou o tiroteio.
Na abordagem ao ônibus, o motorista e alguns passageiros conseguiram fugir, segundo testemunhas.
Um dos assaltantes escapou com um refém, que acabou liberado quando o criminoso roubou um Zafira, levando consigo um casal que estava no veículo. Ele foi perseguido por policiais, mas escapou ao entrar em uma favela. O casal foi liberado juntamente com o carro.
Os criminosos que ficaram no ônibus forçaram um passageiro a assumir o volante, e o veículo só foi parado cerca de 300 metros adiante, após ser interceptado pela polícia.
Valéria dos Santos, 39, moradora da favela do Jacarezinho, estava no ponto esperando um ônibus e presenciou a troca de tiros.
"[Foi] Um tiroteio infernal. Eu vivo numa área de conflito, estou até acostumada, mas nunca vi tanto tiro."

FERIDOS
Alcir Pereira de Carvalho, 56, passava de carro pelo local e foi baleado no pescoço. Ele estava sendo operado no hospital Souza Aguiar até o fechamento desta edição e suas chances de recuperação eram consideradas boas.
Também estavam internados outros três baleados. Liza Mônica Pereira, 46, teve o pulmão perfurado, e seu estado era considerado grave. Josuel dos Santos Messias, 42, e Fabiana Gomes da Silva, 30, foram atingidos de raspão e não corriam perigo.
Um policial também ficou ferido e foi internado no Hospital Central da PM.
Após o ônibus ser parado pela polícia, dois bandidos mantiveram 11 passageiros como reféns.
O veículo foi cercado por mais de cem homens da PM. O Bope conduziu as negociações com os criminosos e conseguiu que os dois se rendessem por volta de 21h30. Com eles, foram apreendidas duas pistolas e uma granada.
"Trabalhamos para ter o resultado. Infelizmente, cinco ficaram feridos, mas fizemos o que podíamos", disse o comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte.
O sequestro de ontem é o episódio mais dramático em um ônibus no Rio desde o caso do ônibus 174, de junho de 2000, no qual um assaltante manteve reféns na mira de uma arma por horas a fio. Na ocasião, a polícia acabou matando uma refém na tentativa de liberar o ônibus. (SÉRGIO RANGEL, PAULA BIANCHI, RODRIGO RÖTZSCH E FERNANDO MAGALHÃES)


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