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Empresário assumiu negócio da família nos anos 50
CLAUDIO CORDEIRO
do Banco de Dados
Ivo Noal é considerado pela polícia o maior banqueiro do jogo
do bicho no Estado de São Paulo.
Ele controla, segundo a polícia,
40% de todas as apostas.
Segundo Noal, que afirma ter
abandonado a contravenção em
1986, o jogo do bicho movimenta
em São Paulo US$ 1 milhão por
dia nos 40 mil pontos-de-venda e
emprega 700 mil pessoas.
Em julho de 98, o STF (Supremo
Tribunal Federal) anulou a condenação de Noal a um ano de prisão por explorar o jogo.
Além desse processo, ele é acusado de mandar matar os supostos bicheiros Basílio de Jesus
Leandro, Wilson Nanini e Adílson Ribeiro da Silva. Noal nega
ser o mandante dos crimes.
Ele já foi preso diversas vezes.
Em 96, passou 42 dias na prisão,
sob as acusações de formação de
quadrilha, corrupção ativa, coação de testemunha, ameaça e falsidade ideológica.
Detenções por períodos maiores ocorreram em 1955 -oito
meses-, depois de um flagrante
de contravenção, e em 1965 -dez
meses-, sob acusação de fazer ligações clandestinas de telefone.
Paulistano do Brás (zona central), Noal assumiu os negócios da
família nos anos 50, depois da prisão do pai, o contraventor Luís
Noal. Antes disso, o avô já explorava o jogo, na época legal (foi
proibido em 1946).
Noal possui uma fortuna avaliada em US$ 300 milhões, uma empresa de aviões e helicópteros,
uma fábrica de panelas e uma mineradora, entre outras atividades.
Investigações da polícia revelaram que Noal e familiares próximos têm 73 imóveis, entre prédios, casas e fazendas.
Em 1995, a polícia fechou a "fortaleza" (central de apuração de
apostas) de Noal e apreendeu documentos com descrições de negócios entre bicheiros, contas
bancárias, listas de funcionários e
pontos de jogo.
Peritos que investigavam a ligação do jogo do bicho com o crime
organizado concluíram que Noal
movimentou, entre 1989 e 1992,
de 2.523% a 8.675% acima do que
foi declarado no Imposto de Renda. Mas, segundo o empresário,
os cálculos estão errados.
Pelo menos quatro cassinos, todos no Morumbi (zona sudoeste),
descobertos nos últimos cinco
anos seriam de propriedade de
Noal, segundo a polícia. Em 98,
Noal e quatro sócios foram condenados a um ano de prisão em
regime semi-aberto por exploração de dois dos quatro cassinos.
Noal é acusado também de ser o
verdadeiro dono da Nevada Diversões, empresa responsável pela invasão das máquinas caça-níqueis pela cidade de São Paulo.
Segundo locatários do equipamento, o grupo de Noal negocia e
avaliza os pontos para implantação das máquinas.
Formado em direito pela Universidade de Guarulhos, não obteve êxito no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Também não conseguiu se eleger
deputado federal, quando o STF
impugnou a candidatura em 86.
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