São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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ATENDIMENTO

Criança esperava atendimento havia 22 horas

Bebê morre por falta de vaga em CTI

FÁBIA PRATES
da Agência Folha,
em Belo Horizonte

A carência de leitos em CTIs neonatais em Belo Horizonte fez mais uma vítima. Um recém-nascido morreu na tarde de domingo depois de esperar cerca de 22 horas por uma vaga.
O bebê nasceu por volta das 16h do sábado passado na maternidade Ernesto Gazzoli, de parto normal, com 3,3 quilos, de nove meses, mas com insuficiência respiratória. Ele havia se enrolado no cordão umbilical.
Era necessário que fosse transferido com urgência para um berçário de alto risco. A solicitação da vaga no CTI foi feita na manhã do domingo. A vaga foi conseguida só às 14h13, quando o bebê já não suportava mais a espera.
A avó Angelina Pereira Chaves acusa a maternidade de negligência. "Foi negligência médica. Eles deveriam ter feito a cesariana e não fizeram. Demorou o atendimento. Ela (a mãe) ficou na maternidade, mas sem soro, sem nada para ajudar", disse.
O diretor do hospital, Paulo Marques, nega que tenha ocorrido negligência, mas prometeu apurar se houve falha. "Nós vamos esclarecer o caso para a família", disse.
A Secretaria de Saúde de Belo Horizonte abriu sindicância para investigar o caso. O resultado deve ser liberado dentro de 15 dias. A justificativa para a abertura da sindicância, segundo a assessoria de imprensa da secretaria, é a demora para a solicitação da vaga.
Em 15 dias, esse é o segundo caso de morte por causa da falta de leitos em CTI neonatal.
Desde o início deste ano nove recém-nascidos morreram por causa do mesmo problema, segundo informações da secretaria Municipal.


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