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ATENDIMENTO
Criança esperava atendimento havia 22 horas
Bebê morre por falta de vaga em CTI
FÁBIA PRATES
da Agência Folha,
em Belo Horizonte
A carência de leitos em CTIs
neonatais em Belo Horizonte fez
mais uma vítima. Um recém-nascido morreu na tarde de domingo depois de esperar cerca
de 22 horas por uma vaga.
O bebê nasceu por volta das
16h do sábado passado na maternidade Ernesto Gazzoli, de
parto normal, com 3,3 quilos, de
nove meses, mas com insuficiência respiratória. Ele havia se
enrolado no cordão umbilical.
Era necessário que fosse transferido com urgência para um
berçário de alto risco. A solicitação da vaga no CTI foi feita na
manhã do domingo. A vaga foi
conseguida só às 14h13, quando
o bebê já não suportava mais a
espera.
A avó Angelina Pereira Chaves
acusa a maternidade de negligência. "Foi negligência médica.
Eles deveriam ter feito a cesariana e não fizeram. Demorou o
atendimento. Ela (a mãe) ficou
na maternidade, mas sem soro,
sem nada para ajudar", disse.
O diretor do hospital, Paulo
Marques, nega que tenha ocorrido negligência, mas prometeu
apurar se houve falha. "Nós vamos esclarecer o caso para a família", disse.
A Secretaria de Saúde de Belo
Horizonte abriu sindicância para investigar o caso. O resultado
deve ser liberado dentro de 15
dias. A justificativa para a abertura da sindicância, segundo a
assessoria de imprensa da secretaria, é a demora para a solicitação da vaga.
Em 15 dias, esse é o segundo
caso de morte por causa da falta
de leitos em CTI neonatal.
Desde o início deste ano nove
recém-nascidos morreram por
causa do mesmo problema, segundo informações da secretaria Municipal.
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