São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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VIOLÊNCIA

Número de assassinatos na cidade de São Paulo volta a crescer; ouvidor diz que número preocupa

SP tem 60 homicídios no fim-de-semana

da Reportagem Local

O número de homicídios registrado no final de semana na cidade de São Paulo voltou a subir. A Secretaria da Segurança Pública registrou 60 assassinatos na capital entre as 20h de sexta-feira e as 8h de ontem.
No final de semana anterior, haviam sido registrados 53 homicídios, e no fim-de-semana de 23 a 26 de julho, tinham sido computados 40 casos.
A última marca voltou a se aproximar dos números de assassinatos registrados nos dois primeiros finais de semana de julho, respectivamente, 62 e 59.
No último fim-de-semana, a parte da região sul da cidade sob responsabilidade da seccional de Santo Amaro foi a mais violenta. Nela ocorreram 17 homicídios.
Nas áreas da seccional de Itaquera e da seccional de São Mateus foram registrados, em cada uma, 11 casos.
A seccional Sul e a seccional Centro tiveram, cada uma, apenas um caso de homicídio.
No final de semana em que ocorreram 62 homicídios (de 2 a 5 de julho) -marca próxima dos 60 casos registrados no último fim-de-semana- a maior parte dos assassinatos (15) também se concentrou na área de responsabilidade da seccional de Santo Amaro.
O recorde de assassinatos em um final de semana ocorreu entre os dias 5 e 8 de fevereiro deste ano, quando 80 pessoas foram mortas na cidade. A Secretaria da Segurança começou a mensurar os assassinatos em fins-de-semana em 1996. Este ano, o menor número de homicídios foi registrado entre os dias 12 e 15 de março: 37.
Para o ouvidor da Polícia de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, o aumento do número de homicídios registrado no fim-de-semana "preocupa".
"A diminuição da violência vai ser consequência da ampliação do policiamento investigativo e do ostensivo. Esses policiamentos precisam ser acentuados nas regiões mais violentas. Não adianta só fazer blitz policial. É preciso aumentar o policiamento permanente", afirmou Mariano.
"É preciso investir na prevenção. Caso contrário, a polícia vai sempre agir quando o fato já tiver ocorrido", completou o ouvidor.
Segundo Benedito Mariano, "sempre se diz" que uma das principais causas dos assassinatos é o envolvimento dos criminosos e das vítimas com drogas.
"Por isso é preciso que as delegacias do interior trabalhem de forma articulada com o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos)", afirmou o ouvidor.
A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública informou que o secretário Marco Vinicio Petrelluzzi não comentaria o número de homicídios.


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