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Até quando secretário vai colecionar fracassos?
BARBARA GANCIA
Colunista da Folha
Alô, governador Mário Covas! O que mais terá de acontecer para que o senhor se dê
conta de que o secretário da
Segurança Pública, José Afonso da Silva, não tem a menor
capacidade para ocupar um
cargo de tamanha importância?
Jurista de primeira, mas totalmente despreparado para
controlar os desmandos que
ocorrem dentro da toda-poderosa PM, José Afonso da Silva
está se tornando um colecionador de fracassos.
Não foi na administração do
secretário que aquele delegado
forjou a confissão de inocentes
no caso do bar Bodega?
Não foi na administração do
secretário que policiais torturaram, extorquiram e mataram em Diadema?
À lista de fracassos, juntam-se agora mais dois casos.
Soubemos pelo noticiário de
ontem que sequestradores negociaram com familiares das
vítimas do telefone de uma delegacia.
Pior, muito pior, também tomamos conhecimento de que
dois policiais estão sendo
apontados como os responsáveis pelo sequestro e assassinato de um menino de 8 anos.
Os mesmos homens contratados para fazer a segurança da
família de Massataka Ota, comerciante da Vila Carrão, mataram com dois tiros no rosto
seu filho Ives Yoshiaki Ota e o
enterraram debaixo do berço
do filho de um cúmplice, informante da polícia.
Os acusados alegaram que o
menino chorava sem parar e
que eles temiam ter sido reconhecidos pela vítima. Foram
obrigados a matá-lo.
Na TV, vimos o senhor Ota,
aos prantos, perguntar: "Em
quem podemos confiar?"
Sempre achei que se pode,
sim, confiar na polícia e que a
generalização que se faz ao colocar policiais e bandidos no
mesmo saco é exagerada.
Claro, sou branca e pertenço
a uma classe social que só tem
um contato eventual com a polícia para, digamos, notificar o
roubo do carro.
Não sou a pessoa mais adequada para responder a incômoda pergunta do senhor Ota.
Mas sei que, se me colocasse
por um minuto na pele do senhor Ota ou dos trabalhadores
que, rotineiramente, são parados sem motivo pela polícia,
que sofrem espancamentos ou
são forçados a pagar "pedágio" para esses foras-da-lei
com distintivo, responderia de
boca cheia: em ninguém, muito menos na polícia comandada pelo secretário José Afonso.
QUALQUER NOTA
Mãe Dinah
E a vidente que Diana e seu namorado visitaram dias antes do
acidente, hein? Para não perder de
vez a credibilidade, ela só tem uma
saída: dizer que viu Diana e Dodi
participando de uma cerimônia
que os uniria para sempre.
Vingança
No funeral de Diana, Mohammed al Fayed zombou da elite inglesa, que sempre o esnobou. Na
entrada da abadia de Westminster,
o pai de Dodi fez questão de apresentar seu convite.
Transparência
Vera Roncati, viúva de uma das
vítimas do vôo 402 da TAM e diretora da Associação de Parentes e
Amigos das Vítimas de Acidentes
Aéreos, envia e-mail endossando a
exigência feita nesta coluna, de
que a TAM torne públicos todos os
laudos dos acidentes com seus
aviões.
E-mail barbara@uol.com.br
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