|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
É preciso ser realista, diz secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário estadual dos
Transportes, Dario Rais Lopes,
afirma que "está descartada" a
possibilidade de as obras dos trechos norte e leste do Rodoanel começarem até 2007 porque é preciso ser realista para "trabalhar com
aquilo [os recursos] que temos".
Mesmo após a inauguração do
trecho oeste, em outubro de 2002,
a previsão oficial da administração Alckmin era iniciar a alça leste
até 2005 e a norte, até 2006.
O adiamento também foi influenciado por pressões de ambientalistas -principalmente no
trecho norte, que passa perto do
reservatório Paiva Castro e da serra da Cantareira. Rais Lopes, porém, diz que "a equação financeira" é hoje muito mais complicada
que a "equação ambiental".
O secretário estadual critica a
quantia destinada pela União ao
Rodoanel no PPA 2004-2007. Ele
diz ter informações de que a obra
não deverá ter nenhum dinheiro
reservado no orçamento do governo federal do ano que vem.
"A expectativa, daqui para frente, é cada vez mais São Paulo estar
sozinho", afirma. Segundo ele, os
recursos orçamentários do Estado ao Rodoanel que constam do
PPA estadual se restringiram a R$
727 milhões porque "a gente partiu do princípio de que um terço
[das despesas] seria da União".
Questionado sobre como vai fazer a alça sul tendo menos de 40%
dos recursos reservados, Rais Lopes respondeu: "Não sei responder a essa pergunta". Segundo ele,
porém, a participação da iniciativa privada será "imprescindível".
As obras do trecho sul deveriam
ter começado em 2002. Foram
adiadas para 2003 e depois para
2004. Integrantes do governo já
falam em um adiamento para
2005. Rais Lopes diz que "a gente
tem possibilidade de ter alguma
coisa no ano que vem" e que ele
continua sendo prioridade.
"O trecho sul sai do papel. O que
está em dúvida é a conclusão, que
vai exigir um esforço maior para
equacionar a engenharia financeira", afirma. A inauguração
dessa alça não deverá ser feita na
gestão Alckmin, que acaba no fim
de 2006, já que as obras devem
durar mais de três anos.
A Folha contatou a assessoria
do Ministério dos Transportes no
começo da tarde de ontem. Ela informou, à noite, que não haveria
ninguém para comentar as previsões do PPA. O governo federal
tem alegado que as metas podem
sofrer mudanças se houver um
aumento de arrecadação.
(AI)
Texto Anterior: Transporte: Lula e Alckmin "congelam" Rodoanel em SP Próximo Texto: Urbanidade: Um trem no fim do túnel Índice
|