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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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É preciso ser realista, diz secretário

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário estadual dos Transportes, Dario Rais Lopes, afirma que "está descartada" a possibilidade de as obras dos trechos norte e leste do Rodoanel começarem até 2007 porque é preciso ser realista para "trabalhar com aquilo [os recursos] que temos".
Mesmo após a inauguração do trecho oeste, em outubro de 2002, a previsão oficial da administração Alckmin era iniciar a alça leste até 2005 e a norte, até 2006.
O adiamento também foi influenciado por pressões de ambientalistas -principalmente no trecho norte, que passa perto do reservatório Paiva Castro e da serra da Cantareira. Rais Lopes, porém, diz que "a equação financeira" é hoje muito mais complicada que a "equação ambiental".
O secretário estadual critica a quantia destinada pela União ao Rodoanel no PPA 2004-2007. Ele diz ter informações de que a obra não deverá ter nenhum dinheiro reservado no orçamento do governo federal do ano que vem.
"A expectativa, daqui para frente, é cada vez mais São Paulo estar sozinho", afirma. Segundo ele, os recursos orçamentários do Estado ao Rodoanel que constam do PPA estadual se restringiram a R$ 727 milhões porque "a gente partiu do princípio de que um terço [das despesas] seria da União".
Questionado sobre como vai fazer a alça sul tendo menos de 40% dos recursos reservados, Rais Lopes respondeu: "Não sei responder a essa pergunta". Segundo ele, porém, a participação da iniciativa privada será "imprescindível".
As obras do trecho sul deveriam ter começado em 2002. Foram adiadas para 2003 e depois para 2004. Integrantes do governo já falam em um adiamento para 2005. Rais Lopes diz que "a gente tem possibilidade de ter alguma coisa no ano que vem" e que ele continua sendo prioridade.
"O trecho sul sai do papel. O que está em dúvida é a conclusão, que vai exigir um esforço maior para equacionar a engenharia financeira", afirma. A inauguração dessa alça não deverá ser feita na gestão Alckmin, que acaba no fim de 2006, já que as obras devem durar mais de três anos.
A Folha contatou a assessoria do Ministério dos Transportes no começo da tarde de ontem. Ela informou, à noite, que não haveria ninguém para comentar as previsões do PPA. O governo federal tem alegado que as metas podem sofrer mudanças se houver um aumento de arrecadação. (AI)


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