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SALVADOR
Hoje, alunos farão passeata
Após trégua, estudantes mantêm manifestações
LUIZ FRANCISCO
MANUELA MARTINEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Reunidos em assembléia ontem
à tarde, estudantes de Salvador
decidiram manter a mobilização
pela redução do preço da tarifa
básica de ônibus.
Em um encontro marcado por
muitas fragmentações políticas,
representantes de 118 escolas públicas, privadas e universidades
da capital baiana apoiaram a proposta apresentada pela Abes (Associação Baiana dos Estudantes
Secundaristas) -a realização de
uma passeata do Campo Grande
até a Assembléia Legislativa, passando pelo prédio da prefeitura.
Os estudantes pretendem levar
40 mil pessoas às ruas. Outros três
pontos da cidade -aeroporto,
avenida Suburbana e orla- também devem receber manifestantes. "Ocuparemos novamente as
ruas para forçar o prefeito Antonio Imbassahy a reduzir o valor
da tarifa", disse o estudante Erick
Oliveira Barreto, 18. A passeata
deve começar às 10h de hoje.
Há 11 dias, por determinação de
Imbassahy (PFL), o preço da tarifa básica de ônibus subiu de R$
1,30 para R$ 1,50. Depois do
anúncio do aumento, os estudantes foram às ruas e conseguiram
paralisar completamente o tráfego na terceira maior cidade brasileira por seis dias consecutivos.
Ontem, após uma semana de
caos, não houve nenhuma manifestação. Mesmo assim, a PM, por
determinação do governador
Paulo Souto (PFL), 59, ocupou os
principais pontos da cidade.
Durante as manifestações, dois
estudantes foram presos -Lucas
Alberto Souza Santos, 23, continuava detido ontem à tarde. Acusado de agredir um major, Santos
aguarda o julgamento do pedido
de relaxamento da prisão.
O outro detido, Éder Augusto
Abreu de Souza, 21, prestou depoimento e foi liberado. Ao ser informado sobre a decisão dos estudantes de protestar em frente à
prefeitura, Imbassahy, 59, pediu
paciência. "A comissão formada
para estudar a desoneração da tarifa já começou a trabalhar. Além
disso, atendemos mais duas reivindicações dos alunos", disse.
Desde a última sexta, todos os
estudantes da capital baiana, inclusive os de pós-graduação, pagam apenas meia passagem durante todo o ano. A outra reivindicação atendida foi o congelamento do preço da tarifa básica
até setembro do próximo ano.
Organizada no Instituto Central
Isaías Alves, a assembléia contou
com representantes de partidos
políticos (PC do B, PT e PSTU) e
com dirigentes da União Nacional dos Estudantes, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e Abes.
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