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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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SALVADOR

Hoje, alunos farão passeata

Após trégua, estudantes mantêm manifestações

LUIZ FRANCISCO
MANUELA MARTINEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Reunidos em assembléia ontem à tarde, estudantes de Salvador decidiram manter a mobilização pela redução do preço da tarifa básica de ônibus.
Em um encontro marcado por muitas fragmentações políticas, representantes de 118 escolas públicas, privadas e universidades da capital baiana apoiaram a proposta apresentada pela Abes (Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas) -a realização de uma passeata do Campo Grande até a Assembléia Legislativa, passando pelo prédio da prefeitura.
Os estudantes pretendem levar 40 mil pessoas às ruas. Outros três pontos da cidade -aeroporto, avenida Suburbana e orla- também devem receber manifestantes. "Ocuparemos novamente as ruas para forçar o prefeito Antonio Imbassahy a reduzir o valor da tarifa", disse o estudante Erick Oliveira Barreto, 18. A passeata deve começar às 10h de hoje.
Há 11 dias, por determinação de Imbassahy (PFL), o preço da tarifa básica de ônibus subiu de R$ 1,30 para R$ 1,50. Depois do anúncio do aumento, os estudantes foram às ruas e conseguiram paralisar completamente o tráfego na terceira maior cidade brasileira por seis dias consecutivos.
Ontem, após uma semana de caos, não houve nenhuma manifestação. Mesmo assim, a PM, por determinação do governador Paulo Souto (PFL), 59, ocupou os principais pontos da cidade.
Durante as manifestações, dois estudantes foram presos -Lucas Alberto Souza Santos, 23, continuava detido ontem à tarde. Acusado de agredir um major, Santos aguarda o julgamento do pedido de relaxamento da prisão.
O outro detido, Éder Augusto Abreu de Souza, 21, prestou depoimento e foi liberado. Ao ser informado sobre a decisão dos estudantes de protestar em frente à prefeitura, Imbassahy, 59, pediu paciência. "A comissão formada para estudar a desoneração da tarifa já começou a trabalhar. Além disso, atendemos mais duas reivindicações dos alunos", disse.
Desde a última sexta, todos os estudantes da capital baiana, inclusive os de pós-graduação, pagam apenas meia passagem durante todo o ano. A outra reivindicação atendida foi o congelamento do preço da tarifa básica até setembro do próximo ano.
Organizada no Instituto Central Isaías Alves, a assembléia contou com representantes de partidos políticos (PC do B, PT e PSTU) e com dirigentes da União Nacional dos Estudantes, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e Abes.


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