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SAÚDE
Taxa diminuiu entre os homens em duas regiões do país; ministério atribui resultado a campanhas antitabagismo
Mortes por câncer de pulmão têm queda localizada
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O risco de mortes causadas por
câncer de pulmão, brônquios e
traquéia, relacionadas ao hábito
de fumar, caiu entre homens das
regiões Sudeste e Sul entre 1981 e
2001. Nas demais regiões, os índices de mortalidade masculina ficaram estáveis ou aumentaram.
Entre as mulheres, houve aumento do índice em todo o país.
Apesar de a queda nos índices
não ter ocorrido de maneira generalizada no país, o Ministério da
Saúde, responsável pelo estudo,
comemorou os resultados. Segundo a Secretaria de Vigilância
em Saúde, o Brasil é o primeiro
país em desenvolvimento a registrar queda no índice de mortes
desses cânceres, que têm como
principal causa o hábito de fumar.
"Isso significa que é possível ter
políticas públicas de massa e que é
possível ter efeitos", disse Maria
de Fátima Marinho de Souza, do
Departamento de Análise de Situação de Saúde.
Segundo ela, as regiões Sul e Sudeste apresentaram maior queda
porque são locais onde as campanhas antitabagismo estão em vigor a mais tempo. "Em São Paulo,
a proibição de fumar em ônibus
existe desde a década de 50."
No Sudeste, a queda nos índices
de mortalidade por câncer de pulmão, brônquio e traquéia ocorreram entre homens das duas faixas
etárias analisadas-30 a 49 anos e
50 a 64 anos. No Sul, a queda foi
apenas entre a primeira faixa.
Segundo Souza, nas duas regiões o número total de mortes
pode até ter aumentado, mas o
risco de morrer por essas doenças
diminuiu se comparado ao crescimento populacional.
O estudo mostra que o risco de
morte nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficou estável para homens entre 30 e 49 anos e
cresceu entre o grupo de 50 a 64
anos. Segundo Souza, a explicação pode ser a maior dificuldade
desses indivíduos deixarem de fumar. O fato de esses homens terem fumado por mais tempo pode ser outra explicação.
Entre as mulheres, o estudo
mostra que o Brasil segue a tendência mundial, na qual cada vez
mais mulheres morrem dos cânceres. "É um dado que reflete o
comportamento feminino", diz
Souza. Segundo ela, nos Estados
Unidos, o risco de morte por câncer de pulmão, relacionado ao cigarro em 90% dos casos, é maior
que os índices de câncer de mama
feminino. No Brasil, os maiores
percentuais de aumento foram
registrados nas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste.
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