|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Mulheres não costumavam tomar a linha
DE AMERICANA
Centenas de pessoas se
reuniram ontem em diferentes pontos de Americana (127
km de SP), para os velórios
das nove vítimas do acidente
entre um trem de carga e um
ônibus com 28 passageiros.
Entre os que não conseguiram se salvar, estavam pessoas que não costumavam
tomar aquele ônibus. A assistente social Luiza Pereira dos
Santos, 42, era uma delas.
Funcionária por 26 anos
em uma fundação municipal
da área de saúde, Luiza voltava de uma viagem à Cafelândia (412 km de SP).
Ela costumava fazer a viagem para levar um grupo de
idosos para fazer tratamento
auditivo. Quando voltava,
sempre telefonava para o
marido, Onivaldo Manoel
dos Santos, buscá-la na rodoviária- que fica próxima do
local do acidente.
Anteontem foi diferente.
Luiza resolveu tomar o ônibus e ir direto para casa. "Ela
sempre me ligava quando
chegava", diz o marido. "Ontem [anteontem] não ligou e
aconteceu essa tragédia."
Além do marido, Luiza deixa um filho de três anos.
Outra vítima que não costumava tomar o ônibus com
frequência é a dona de casa
Solange Moreira e Silva, 37.
Evangélica, ela e o filho voltavam de um culto. O jovem
fraturou a mão e precisou
passar por uma cirurgia.
Além do rapaz, Solange
deixa mais quatro filhos.
Entre as vítimas também
está o cobrador do ônibus,
Juvervizino Avanzi, 59, vinte
deles como empregado da
viação Cidade de Americana.
Seu irmão, o aposentado
Luís Avanzi, 73, recebeu a
notícia ontem de madrugada, em Sorocaba, onde mora.
Luís conta que o cobrador
era o mais novo de uma família com dez irmãos e tinha
três filhos.
( ALADIM GONÇALVES)
Texto Anterior: Entrevista: "O ônibus foi abrindo e pessoas caíram no buraco" Próximo Texto: Mortes Índice | Comunicar Erros
|