São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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Mulheres não costumavam tomar a linha

DE AMERICANA

Centenas de pessoas se reuniram ontem em diferentes pontos de Americana (127 km de SP), para os velórios das nove vítimas do acidente entre um trem de carga e um ônibus com 28 passageiros.
Entre os que não conseguiram se salvar, estavam pessoas que não costumavam tomar aquele ônibus. A assistente social Luiza Pereira dos Santos, 42, era uma delas.
Funcionária por 26 anos em uma fundação municipal da área de saúde, Luiza voltava de uma viagem à Cafelândia (412 km de SP).
Ela costumava fazer a viagem para levar um grupo de idosos para fazer tratamento auditivo. Quando voltava, sempre telefonava para o marido, Onivaldo Manoel dos Santos, buscá-la na rodoviária- que fica próxima do local do acidente.
Anteontem foi diferente. Luiza resolveu tomar o ônibus e ir direto para casa. "Ela sempre me ligava quando chegava", diz o marido. "Ontem [anteontem] não ligou e aconteceu essa tragédia."
Além do marido, Luiza deixa um filho de três anos.
Outra vítima que não costumava tomar o ônibus com frequência é a dona de casa Solange Moreira e Silva, 37. Evangélica, ela e o filho voltavam de um culto. O jovem fraturou a mão e precisou passar por uma cirurgia.
Além do rapaz, Solange deixa mais quatro filhos.
Entre as vítimas também está o cobrador do ônibus, Juvervizino Avanzi, 59, vinte deles como empregado da viação Cidade de Americana.
Seu irmão, o aposentado Luís Avanzi, 73, recebeu a notícia ontem de madrugada, em Sorocaba, onde mora.
Luís conta que o cobrador era o mais novo de uma família com dez irmãos e tinha três filhos.
( ALADIM GONÇALVES)


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