São Paulo, quarta, 10 de setembro de 1997.



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Ladrões assaltam prédio sem luxo e levam até tapete do hall

da Reportagem Local

Assaltos em prédios de classe média no eixo crítico da cidade chegam a surpreender os moradores, que, em princípio, não se julgam alvo atraente para os ladrões.
Na madrugada de ontem, por exemplo, dois homens armados invadiram o edifício Marina, na Saúde (zona sudoeste da capital), um prédio com apartamentos de dois dormitórios e uma fachada sem qualquer luxo.
Depois de render e trancar o porteiro da noite dentro de um porta-malas, eles levaram uma perua Blazer 91, três aparelhos de CD para automóveis e dois toca-fitas. O tapete do hall de entrada também foi roubado. "Era um tapete comum, desses que se compram em qualquer loja", define o zelador Zeferino Cosme, 66.
"O próprio assalto surpreendeu o pessoal do prédio, que não tem ostentação para atrair ladrão nenhum, por isso nunca se preocupou em reforçar a segurança."
Cosme conta que trabalha em prédios residenciais há 35 anos. A maior parte do tempo esteve empregado em Higienópolis, bairro mais luxuoso, na região central.
"Lá era mais comum haver assalto, porque o pessoal tem mais dinheiro e isso dá para notar pela aparência dos prédios", afirma.
A principal vítima do assalto, o comerciante José Ferreira Araújo, 41, que teve sua Blazer roubada, acredita que o fato de o prédio ter aparência modesta não é garantia contra os ladrões. "Viver em São Paulo é assim. A gente, que é de classe média, não se surpreende quando é vítima de assalto."
Seu carro, com valor estimado em R$ 26 mil, foi recuperado seis horas após o assalto. Só o painel tinha sido danificado, provavelmente quando os ladrões fizeram ligação direta da ignição.
Segundo o zelador Cosme, agora os moradores começam a pensar em adotar segurança mais rígida. (ROGERIO SCHLEGEL)



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