DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo está sob ameaça de sofrer racionamento, mas a prefeitura continua gastando mensalmente 21 milhões de litros de água potável para lavar ruas do centro e que tiveram feiras livres. Alguns locais chegam a ser limpos duas vezes ao dia. Com a água gasta, é possível abastecer por 30 dias quase 3.900 pessoas.
A partir de novembro, cerca de 9 milhões de moradores da capital e de cidades no norte da região metropolitana podem passar a ter cortes no abastecimento porque o sistema Cantareira está num nível muito baixo -apenas 8,5% da capacidade máxima.
O centro é uma das áreas de São Paulo abastecidas pelo Cantareira, e a economia de água é vista como um dos fatores fundamentais -ao lado da chuva- para evitar o racionamento.
A lavagem é justificada por razões de saúde pública, afirma a prefeitura. Muitos dos locais que são limpos costumam servir como banheiro público para moradores de rua e pedestres. No caso das feiras livres encerradas, os restos de comida e o mau cheiro incomodam a população.
O uso da água potável, por outro lado, se deveria a um atraso no processo de compra de água de reuso. Segundo a Secretaria Municipal do Governo e a assessoria de imprensa da Secretaria de Serviços de Obras (SSO, que cuida da limpeza pública), a água reaproveitada, produto do tratamento de esgotos domésticos, deve começar a ser utilizada na limpeza no máximo até o próximo mês.
A troca representará uma economia mensal de 18 milhões de litros (85%) ao sistema Cantareira e de cerca de R$ 119,5 milhões (94%) aos cofres públicos.
O processo de compra da água de reuso foi iniciado em abril, mas, quando foi finalizado, no mês passado, o preço havia aumentado de R$ 0,3 para R$ 0,36 por mil litros. A prefeitura teve, então, de pedir uma justificativa do aumento à Sabesp para que mais dinheiro pudesse ser liberado. A justificativa chegou ontem.


Texto Anterior: Em Campinas, 6 ficaram feridos
Próximo Texto: Câmara: Relatório vai propor absolvição de Athiê
Índice