Vendedor pôs animal como coautor de ação em que questionava cobrança

André Vicente/Folha Imagem

O vendedor Oliveira e seu cão Gideão Favelado Corintiano

DO "AGORA"

A Sabesp convocou, por escrito, os moradores Oswaldo Martins de Oliveira e Gideão Favelado Corintiano, que entraram na Justiça para questionar uma cobrança de R$ 5.000. Os dois compareceram ao encontro, mas Gideão acabou barrado na porta: o morador é um vira-lata de seis anos.
Oliveira, um vendedor de 60 anos, afirma que, em 2003, recebeu uma cobrança de R$ 5.000 da Sabesp. Não pagou e teve a água cortada. Ele entrou com duas ações na Justiça e colocou Gideão como coautor. Na primeira, perdeu. Na segunda, o nome do cão foi excluído, mas o dono conseguiu, no mês passado, um acordo judicial: a dívida caiu para R$ 131,10.
"Gideão teve que tomar banho de caneca com água doada. Fiquei deprimido com a situação e tive gripe suína", diz ele.
"Nós moramos em um sobrado. Gideão embaixo, eu em cima", diz Oliveira, morador do Jardim Maristela (zona sul de SP). No último dia 30, ele levou Gideão a uma unidade da Sabesp na região central da capital para falar sobre o acordo. O cão foi barrado na porta.
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que os dados da ação judicial com o nome do cachorro entraram em seu sistema.
"A Sabesp emitiu um convite identificando as partes envolvidas na ação para que o cliente tivesse condições de compreender e entrasse em acordo." A empresa afirma que, por segurança, só cães-guias podem entrar em suas unidades.
Com nome de herói bíblico, Gideão brigou, em janeiro, com um pit bull que iria atacar uma criança. "Ele até afastou os maconheiros do bairro", gaba-se Oliveira. O cão, diz o dono, gosta de ir a jogos do Corinthians.


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