São Paulo, sábado, 10 de outubro de 2009

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800 mil jovens não trabalham nem estudam

DA SUCURSAL DO RIO

Os dados do IBGE revelam que, do total de jovens de 20 a 24 anos, 5% (800 mil) não realizam nenhuma atividade e 17% (2,7 milhões) apenas cuidam de afazeres domésticos. Mostram ainda que as mulheres gastam mais do que o dobro do tempo com serviços domésticos do que os homens. E tal situação já começa desde cedo.
Em Alagoas, esses percentuais chegam, respectivamente, a 9% e 25%. Jovens mulheres realizam muito mais afazeres domésticos (29%), enquanto entre homens a taxa de inatividade é maior (8%), segundo dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.
No conjunto da população brasileira, as mulheres destinam 20,9 horas semanais aos afazeres domésticos, mais do que o dobro das horas dedicadas pelos homens -9,2.
Para Ana Lúcia Sabóia, gerente da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE, os dados são reflexos da posição da mulher na sociedade brasileira, ainda muito dedicada à criação dos filhos e ao lar, embora tal realidade esteja em mutação acelerada. "Hoje, a mulher assume uma nova postura", diz.
Pelos dados do IBGE, as mulheres são mais escolarizadas do que os homens -57% das pessoas com mais de 12 anos de estudo eram mulheres-, mas ainda estão menos voltadas para o mercado de trabalho. O contingente feminino no mercado de trabalho era de 42% no ano passado, abaixo dos 68,3% do masculino.
O percentual, porém, é elevado se comparado com outros países. "Nessa questão, o Brasil está à frente de muitas nações desenvolvidas da Europa e com índices comparáveis aos dos EUA", afirma Sabóia.
Outro avanço é a queda da proporção de mulheres empregadas em serviços domésticos -15,8% em 2008, percentual que, pela primeira vez, não lidera isoladamente o ranking das formas de inserção no mercado de trabalho. Ainda assim, só 29,2% das mulheres estavam empregadas com carteira assinada, percentual inferior ao registrado pelos homens (38,4%).
Pelos dados, também aumentou as famílias chefiadas por mulheres. Em 1998, o percentual era de 25,9%. Dez anos depois, 34,9% dos domicílios tinham uma mulher como pessoa de referência.


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