|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
800 mil jovens não trabalham nem estudam
DA SUCURSAL DO RIO
Os dados do IBGE revelam
que, do total de jovens de 20 a
24 anos, 5% (800 mil) não realizam nenhuma atividade e 17%
(2,7 milhões) apenas cuidam de
afazeres domésticos. Mostram
ainda que as mulheres gastam
mais do que o dobro do tempo
com serviços domésticos do
que os homens. E tal situação já
começa desde cedo.
Em Alagoas, esses percentuais chegam, respectivamente, a 9% e 25%. Jovens mulheres realizam muito mais afazeres domésticos (29%), enquanto entre homens a taxa de inatividade é maior (8%), segundo
dados da Síntese de Indicadores Sociais do IBGE.
No conjunto da população
brasileira, as mulheres destinam 20,9 horas semanais aos
afazeres domésticos, mais do
que o dobro das horas dedicadas pelos homens -9,2.
Para Ana Lúcia Sabóia, gerente da Síntese de Indicadores
Sociais do IBGE, os dados são
reflexos da posição da mulher
na sociedade brasileira, ainda
muito dedicada à criação dos filhos e ao lar, embora tal realidade esteja em mutação acelerada. "Hoje, a mulher assume
uma nova postura", diz.
Pelos dados do IBGE, as mulheres são mais escolarizadas
do que os homens -57% das
pessoas com mais de 12 anos de
estudo eram mulheres-, mas
ainda estão menos voltadas para o mercado de trabalho. O
contingente feminino no mercado de trabalho era de 42% no
ano passado, abaixo dos 68,3%
do masculino.
O percentual, porém, é elevado se comparado com outros
países. "Nessa questão, o Brasil
está à frente de muitas nações
desenvolvidas da Europa e com
índices comparáveis aos dos
EUA", afirma Sabóia.
Outro avanço é a queda da
proporção de mulheres empregadas em serviços domésticos
-15,8% em 2008, percentual
que, pela primeira vez, não lidera isoladamente o ranking das
formas de inserção no mercado
de trabalho. Ainda assim, só
29,2% das mulheres estavam
empregadas com carteira assinada, percentual inferior ao registrado pelos homens (38,4%).
Pelos dados, também aumentou as famílias chefiadas
por mulheres. Em 1998, o percentual era de 25,9%. Dez anos
depois, 34,9% dos domicílios tinham uma mulher como pessoa de referência.
Texto Anterior: Entre os mais ricos, pretos e pardos são 15% Próximo Texto: Renda: Pobreza atinge 44,7% das crianças e dos adolescentes Índice
|