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SEGURANÇA
PF prende dois policiais militares da reserva, um da ativa e um ex-soldado
PMs são acusados de desviar armamento da Polícia Civil
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal prendeu ontem dois policiais militares da reserva, um da ativa e um ex-PM,
suspeitos de participação em um
esquema de desvio de armas do
depósito da Polícia Civil de São
Paulo. O grupo também é acusado de fabricar e vender clandestinamente armas e munições.
As armas clandestinas seriam
vendidas para quadrilhas de São
Paulo e do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal, o líder do
grupo seria o major reformado da
PM José de Angelis, 70.
No escritório dele, foram encontrados revólveres e pistolas
que teriam sido desviados do Departamento de Produtos Controlados da Polícia Civil.
Parte das armas ainda trazia etiquetas informando o distrito policial da capital paulista no qual tinha sido apreendida antes de ser
encaminhada para o depósito da
Polícia Civil.
Em outro local da capital paulista, em um depósito usado pela
quadrilha, os agentes federais localizaram mais de 200 armas
-entre elas fuzis e espingardas-
, além de tornos e outros objetos
usados na fabricação e conserto
de armamentos.
Para a PF, o major reformado
era responsável por desviar as armas, com a ajuda de pelo menos
dois policiais civis cujas identidades não foram reveladas.
O armamento desviado seria repassado para o sargento reformado da PM Jerônimo Monteiro da
Silva, 76, o sargento da ativa Mauro Higino, 43, e o ex-policial militar Júlio Ulivieri, 44.
Eles comercializariam as armas
com as quadrilhas de criminosos,
segundo a Polícia Federal.
Operação
As prisões realizadas ontem fazem parte da quarta etapa da
Operação Chumbo Grosso da Polícia Federal, criada para combater o comércio ilegal de armas.
Em abril deste ano, na primeira
ação, os agentes descobriram um
depósito clandestino de armas.
Ontem, a PF cumpriu seis mandados de prisão temporária. Além
dos atuais e ex-PMs, Haroldo Pereira de Souza -que participaria
da venda das armas- e o armeiro
Francisco Romeiro Filho são acusados de participar da quadrilha,
que também contrabandearia armas e munições do Paraguai.
Todos foram indiciados pelos
crimes de posse, fabricação e comercialização ilegal de armas e
munição. Foi na oficina do armeiro, na zona oeste de São Paulo,
que a PF apreendeu o maior número de armas e munições.
Os agentes federais afirmam
que agora vão investigar o desvio
de armas do depósito do Departamento de Produtos Controlados.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, que não
participou da operação, informou
que o desvio vai ser investigado
pela Corregedoria da Polícia Civil.
Os dois PMs da reserva e o da ativa foram encaminhados para o
Presídio Romão Gomes, da própria corporação.
Segundo o major Mauro Fernandes Tavares, porta-voz da
Corregedoria da PM, o major Angelis e o sargento Silva entraram
para a reserva em 1988 e 1981, respectivamente. Os dois vão sofrer
processo militar e podem perder
o posto -nesse caso, a família
continuaria recebendo o salário.
Ulivieri foi demitido da PM em
abril de 2002 por porte ilegal de
arma. Segundo o major Tavares,
foram apreendidas nove armas
ilegais na casa do soldado.
O sargento Higino, único dos
presos na ativa, sofrerá um processo disciplinar. Segundo o major, não há nada em seu currículo
que apontasse para possível envolvimento nesse tipo de crime.
A Folha não teve acesso aos
acusados ou a seus advogados.
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