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Advogados afirmam jamais ter visto um equívoco tão grave
DA REPORTAGEM LOCAL
Profissionais com grande experiência nos tribunais do país
afirmaram à Folha que não
chegaram a ver em suas carreiras um erro tão grave como o
ocorrido no caso do guarda civil Mauro Henrique Queiroz.
O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Carlos Velloso afirma que,
nos 40 anos em que exerceu a
magistratura, não conheceu
um episódio semelhante.
Velloso, que hoje atua como
advogado, diz que percebeu
nos últimos anos uma situação
preocupante nos julgamentos,
que pode ter contribuído para
o engano no TJ de São Paulo.
"Hoje em dia, a carga de processos é muito grande. Muitas
vezes, numa sessão, são julgadas dezenas de processos. Num
determinado momento, todo
mundo já está cansado e fica
sujeito a cometer equívocos."
O advogado criminalista e
ex-presidente da seção paulista
da OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) Antônio Claudio Mariz de Oliveira se espantou ao
saber do caso do guarda civil.
"Acho absolutamente estranho. As responsabilidades devem ser apuradas com rigor."
"Nunca vi um caso como esse. É absurdo", diz o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias.
(FLÁVIO FERREIRA E MCC)
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