São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Entre os invasores, 18 não têm vínculo formal com a universidade

REYNALDO TUROLLO JR.
RAFAEL SAMPAIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
PATRÍCIA GOMES
DE SÃO PAULO

De iluminador a barman, de músico a estoquista, estudantes da USP ou não. Entre os 72 invasores da reitoria que foram fichados na delegacia anteontem, teve de tudo.
A maior parte, 51 estudantes, tem vínculo regular com a universidade, matriculados na graduação ou na pós. Desses, 34 vêm de cursos da FFLCH, onde começou o imbróglio.
Fora a FFLCH, os alunos são das faculdades de comunicação (7), geologia (2), arquitetura (2), educação (2), psicologia (1), oceanografia (1), da USP Leste (1) e da Poli (1). Segundo os registros da universidade, até 18 invasores não têm vínculo oficial com a instituição. Um deles, inclusive, é aluno da PUC-SP e outro, da Federal da Paraíba.
Entre os não alunos há aprovados em vestibulares no início dos anos 2000, que, pelas regras de tempo, já não podem mais estar na USP. Um dos líderes do movimento, Rafael Alves, 29, é veterano da USP, onde está ao menos há sete anos. Em 2010, foi jubilado, mas fez vestibular e foi aprovado de novo.
Contra ele existem cinco processos, quatro administrativos e um criminal. Três deles são referentes à invasão de um prédio da assistência social da USP, no ano passado.
"O último processo que sofri foi movido pela Coseas [assistência social da USP] e foi baseado em um BO, o que não é legítimo", disse Alves.
Aluno da FFLCH, Gabriel Lima, 25, disse que entrou no movimento para "transformar a universidade elitista". Os alunos que atenderam a Folha não quiseram falar de filiações partidárias.

FIANÇA
Os últimos detidos deixaram a delegacia por volta das 4h de ontem, após pagamento de fiança. O dinheiro veio do Sintusp (sindicato dos servidores) e da Conlutas (Central Sindical e Popular).
A delegada do caso, Maria Letícia Camargo, disse que espera os laudos que mostrarão a extensão dos danos no prédio para anexar ao inquérito, que vai para a Promotoria. Os alunos foram indiciados sob suspeita de dano ao patrimônio e desobediência. Somadas, as penas podem chegar a três anos e seis meses de detenção.


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