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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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OUTRO LADO

Entidade vê "forças econômicas"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU

Moises Andrade de Souza, diretor do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Paraná, definiu como "cinematográfica" a operação em Foz do Iguaçu e disse que ela "atende a interesses de forças econômicas".
Para o dirigente sindical, a "Operação Trânsito Livre" foi, na prática, "uma intervenção na Polícia Rodoviária Federal em Foz do Iguaçu".
Souza disse que os eventuais casos de corrupção registrados entre patrulheiros poderiam ser combatidos "sem o estardalhaço" de ontem e disse que a entidade dará todo o apoio aos associados.
"Eles pagam ao sindicato e é nossa obrigação assistir a eles e às famílias", afirmou.

Setores interessados
O sindicalista citou "os segmentos de brinquedos e cigarros" como os principais interessados em operações como a de ontem.
"Todos os anos, neste período de Natal, ocorre uma operação dessa natureza quando a fiscalização dos policiais rodoviários aperta na fronteira", disse.
Segundo Souza, "a corrupção existe até a nível da Procuradoria da República e deve ser combatida, mas sem esse aparato que mais parece um esquema cinematográfico".
A partir de uma hora depois das primeiras prisões, advogados de policiais e "batedores" fizeram plantão na delegacia da Polícia Federal, mas até as 20h não tinham informações oficiais sobre as acusações contra seus clientes.
O advogado Oswaldo Loureiro foi um dos que tiveram seu trabalho dificultado. Um dos seus clientes, um patrulheiro rodoviário, estava sendo preso pela segunda vez neste ano.
Dos 38 policiais federais presos, três já foram indiciados em outros processos semelhantes -um deles na "Operação Sucuri"-, mas ganharam liberdade.
Advogados que não quiserem se identificar disseram que a Polícia Federal age nessas operações sem levar em conta os direitos humanos e constitucionais das pessoas suspeitas.


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