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OUTRO LADO
Entidade vê "forças econômicas"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
Moises Andrade de Souza, diretor do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Paraná, definiu como "cinematográfica" a
operação em Foz do Iguaçu e disse que ela "atende a interesses de
forças econômicas".
Para o dirigente sindical, a
"Operação Trânsito Livre" foi, na
prática, "uma intervenção na Polícia Rodoviária Federal em Foz
do Iguaçu".
Souza disse que os eventuais casos de corrupção registrados entre patrulheiros poderiam ser
combatidos "sem o estardalhaço"
de ontem e disse que a entidade
dará todo o apoio aos associados.
"Eles pagam ao sindicato e é
nossa obrigação assistir a eles e às
famílias", afirmou.
Setores interessados
O sindicalista citou "os segmentos de brinquedos e cigarros" como os principais interessados em
operações como a de ontem.
"Todos os anos, neste período
de Natal, ocorre uma operação
dessa natureza quando a fiscalização dos policiais rodoviários
aperta na fronteira", disse.
Segundo Souza, "a corrupção
existe até a nível da Procuradoria
da República e deve ser combatida, mas sem esse aparato que
mais parece um esquema cinematográfico".
A partir de uma hora depois das
primeiras prisões, advogados de
policiais e "batedores" fizeram
plantão na delegacia da Polícia
Federal, mas até as 20h não tinham informações oficiais sobre
as acusações contra seus clientes.
O advogado Oswaldo Loureiro
foi um dos que tiveram seu trabalho dificultado. Um dos seus
clientes, um patrulheiro rodoviário, estava sendo preso pela segunda vez neste ano.
Dos 38 policiais federais presos,
três já foram indiciados em outros
processos semelhantes -um deles na "Operação Sucuri"-, mas
ganharam liberdade.
Advogados que não quiserem
se identificar disseram que a Polícia Federal age nessas operações
sem levar em conta os direitos humanos e constitucionais das pessoas suspeitas.
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