São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

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Reformada, calçada da Paulista vira espaço para esporte radical

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles saltam por um canteiro que ainda está sem árvore e usam um cavalete de trânsito como obstáculo. A troca do mosaico português pelo piso de concreto moldado na calçada da mais conhecida avenida de São Paulo, a Paulista, tem atraído muitos esportistas.
Com a reforma, que ainda não está concluída, a calçada ficou mais acessível para os deficientes físicos. E, principalmente aos domingos, é comum ver crianças e jovens com skates ou patins no novo piso, lisinho, no trecho entre o banco Bradesco (perto da esquina com a rua 13 de Maio) e o hospital Santa Catarina.
"Nos dias de semana a calçada é muito lotada. Então, tenho vindo com os amigos à noite e aos domingos", diz o estudante Marco Djun Sera, 18, que estava com seus patins ontem à tarde na avenida.
Ele, que mora perto da Paulista, e o colega Bruno Sato, 18, que vive na Vila Mariana (zona sul), aproveitam o fato de a Paulista ficar iluminada nesse período que antecede o Natal -há cerca de um mês, patinam e andam de skate no local.
O fácil acesso à avenida permite que as pessoas venham de diferentes pontos da cidade e até de outros municípios de carro, ônibus ou metrô.
O vendedor Jair da Silva Barbosa, 24, por exemplo, saiu de carro do Butantã (zona oeste) para andar de skate. Ele e alguns amigos faziam as manobras mais radicais, utilizando canteiros e cavaletes como obstáculos, bem próximo de onde passam ônibus que param num ponto perto dali.
"É preciso tomar cuidado para o skate não ir para a rua nem ser atropelado. Por isso, não ficamos muito perto da guia", afirma Barbosa.
O comerciante Diogo Luiz Moreira, 25, foi de Cotia (Grande SP) para a Paulista. "Essa foi a minha primeira vez aqui. Uns amigos me avisaram que valia a pena. Gostei, mas, às vezes, precisamos desviar dos pedestres", diz ele, que costuma praticar o esporte no CEU (Centro Educacional Unificado) Butantã.
"Ainda bem que fizeram a troca do piso. O mosaico português não favorece nem um pouco a prática de esportes", afirma o estoquista Daniel Antunes, também de Cotia.
Alguns pedestres ouvidos pela Folha consideram o uso da calçada para a prática de esportes positivo e saudável. Já outros reclamam.
"Acho perigoso. Se um desses garotos bate em uma criança pode causar um grande estrago", afirma a dona-de-casa Cristina Silva, que ao sair das compras no Shopping Paulista encontrou os esportistas na avenida.

Sem ladeira
Neste ano, os skatistas perderam um ponto importante para a prática do esporte. A ladeira do Alves, no entorno da praça Horácio Sabino (zona oeste), ganhou seis faixas de paralelepípedos, com quatro metros de largura cada uma. A justificativa oficial foi a de minimizar as enchentes na área.


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