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Reformada, calçada da
Paulista vira espaço
para esporte radical
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles saltam por um canteiro
que ainda está sem árvore e
usam um cavalete de trânsito
como obstáculo. A troca do
mosaico português pelo piso
de concreto moldado na calçada da mais conhecida avenida
de São Paulo, a Paulista, tem
atraído muitos esportistas.
Com a reforma, que ainda
não está concluída, a calçada
ficou mais acessível para os
deficientes físicos. E, principalmente aos domingos, é comum ver crianças e jovens
com skates ou patins no novo
piso, lisinho, no trecho entre o
banco Bradesco (perto da esquina com a rua 13 de Maio) e
o hospital Santa Catarina.
"Nos dias de semana a calçada é muito lotada. Então, tenho vindo com os amigos à
noite e aos domingos", diz o
estudante Marco Djun Sera,
18, que estava com seus patins
ontem à tarde na avenida.
Ele, que mora perto da Paulista, e o colega Bruno Sato, 18,
que vive na Vila Mariana (zona
sul), aproveitam o fato de a
Paulista ficar iluminada nesse
período que antecede o Natal
-há cerca de um mês, patinam
e andam de skate no local.
O fácil acesso à avenida permite que as pessoas venham
de diferentes pontos da cidade
e até de outros municípios de
carro, ônibus ou metrô.
O vendedor Jair da Silva
Barbosa, 24, por exemplo, saiu
de carro do Butantã (zona oeste) para andar de skate. Ele e
alguns amigos faziam as manobras mais radicais, utilizando canteiros e cavaletes como
obstáculos, bem próximo de
onde passam ônibus que param num ponto perto dali.
"É preciso tomar cuidado
para o skate não ir para a rua
nem ser atropelado. Por isso,
não ficamos muito perto da
guia", afirma Barbosa.
O comerciante Diogo Luiz
Moreira, 25, foi de Cotia
(Grande SP) para a Paulista.
"Essa foi a minha primeira vez
aqui. Uns amigos me avisaram
que valia a pena. Gostei, mas,
às vezes, precisamos desviar
dos pedestres", diz ele, que
costuma praticar o esporte no
CEU (Centro Educacional
Unificado) Butantã.
"Ainda bem que fizeram a
troca do piso. O mosaico português não favorece nem um
pouco a prática de esportes",
afirma o estoquista Daniel Antunes, também de Cotia.
Alguns pedestres ouvidos
pela Folha consideram o uso
da calçada para a prática de esportes positivo e saudável. Já
outros reclamam.
"Acho perigoso. Se um desses garotos bate em uma
criança pode causar um grande estrago", afirma a dona-de-casa Cristina Silva, que ao sair
das compras no Shopping
Paulista encontrou os esportistas na avenida.
Sem ladeira
Neste ano, os skatistas perderam um ponto importante
para a prática do esporte. A ladeira do Alves, no entorno da
praça Horácio Sabino (zona
oeste), ganhou seis faixas de
paralelepípedos, com quatro
metros de largura cada uma. A
justificativa oficial foi a de minimizar as enchentes na área.
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