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Sistema anticheia só volta à ativa em 10 dias
Bomba que falhou na chuva de anteontem e agravou a enchente dos rios Pinheiros e Tietê só fica pronta na semana que vem; não há "plano B"
Há previsões de chuvas fortes amanhã e sábado; secretária estadual Dilma Pena diz que não haverá mais nenhuma "catástrofe"
ROGÉRIO PAGNAN
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A bomba que falhou e agravou as enchentes em São Paulo
anteontem só voltará a funcionar na próxima semana -em
até dez dias. Até lá, a capital ficará sem um plano alternativo
para suprir a falta desse equipamento caso haja novos temporais com proporções semelhantes. Há previsão de chuvas fortes amanhã e no sábado.
O temporal desta semana na
Grande SP provocou a morte de
oito pessoas, deixou centenas
de pessoas ilhadas, 105 pontos
de alagamentos, estradas fechadas, cerca de mil desabrigados e levou ao transbordamento do Tietê. O prefeito Gilberto
Kassab (DEM) minimizou os
transtornos. Disse que foi "um
dia muito difícil". "O caos é diferente. Caos é caos", declarou.
O equipamento que falhou é
um dos quatro existentes na
Usina Elevatória de Traição, no
rio Pinheiros, criada justamente para conter as enchentes. Ele
tem a função de reverter a trajetória do rio, direcionando as
águas para a represa Billings.
Anteontem, em nota, a gestão José Serra (PSDB) afirmava
que o "maior problema no rio
Pinheiros foi com uma bomba
do sistema da usina de Traição
que não funcionou". "Isso comprometeu 25% da capacidade
de bombeamento e estrangulou ainda mais a capacidade de
escoamento do Tietê."
Ontem, porém, após ser
questionada sobre a existência
de um "plano B", a secretária de
Saneamento e Energia do Estado, Dilma Pena, passou a minimizar a importância do equipamento e, também, afirmou que
não haverá nova "catástrofe".
"O que aconteceu no Tietê e
em Pinheiros não pode ser creditado à bomba. Houve uma
chuva muito intensa, torrencial. A bomba ajudaria ali naquele ponto, ali na Cidade Universitária. Ali a bomba ajudaria,
o nível ficaria mais baixo. Ali
fez falta a quarta bomba, mas
para o Tietê não tem influência
nenhuma", afirmou.
E o "plano B"? "O importante
é o monitoramento. Estamos
monitorando. Junto com o pessoal do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais].
Não tem catástrofe não."
Para o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as
chuvas não devem dar trégua
até o fim de semana.
"A falha na bomba é a mesma
coisa que, durante uma cirurgia
cardíaca, o anestesista dizer ao
cirurgião que a energia do prédio acabou e o gerador não está
funcionando. Ninguém sabia
que a bomba não funcionava?",
questiona Marcelo Rozenberg,
do Instituto de Engenharia.
Dilma também deu detalhes
do "estudo" sobre a implantação de duas bombas adicionais
na usina de Traição. Segundo
ela, não serão máquinas reservas, mas sim novos equipamentos que serão acoplados. Não
há, porém, um prazo -e isso
deverá ocorrer só em 2010.
A gestão Kassab se negou ontem a dar detalhes sobre falhas
no sistema de escoamento de
água na ponte das Bandeiras,
onde há bombas para remover
água das pistas. O prefeito falou
em intrigas. "Foram algumas
pessoas que quiseram intrigar a
prefeitura com o governo."
Dilma confirmou problemas
na região, mas não falou em
bombas. "Foi um muro de arrimo, que protege contra passagem das águas para pista."
Colaborou a Reportagem Local
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