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ADMINISTRAÇÃO
Índice de 3,26% é retroativo a novembro; Anhembi Turismo não pagou salário de seus 547 funcionários
Prefeitura adia pagamento de reajuste
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
começa a enfrentar dificuldades
com a folha de pagamento dos
servidores municipais. A prefeitura não tem dinheiro para pagar
um reajuste de 3,26% retroativo a
novembro, que deveria ter sido
pago pelo ex-prefeito Celso Pitta,
mas não foi. Por isso, aplicará esse
percentual apenas nos vencimentos de janeiro, que serão pagos no
último dia útil do mês.
Além disso, a Anhembi Eventos
e Turismo ainda não pagou -e,
segundo a assessoria de imprensa
da empresa, não sabe quando o
fará- o salário de seus 547 funcionários, o que deveria ter ocorrido dia 5. A assessoria de imprensa informou que a empresa
espera um repasse da prefeitura
para poder efetuar o pagamento.
A folha consumiria, dia 5, R$
1,432 milhão. Segundo a assessoria, o caixa do Anhembi estava
"praticamente zerado", o que impossibilitou o pagamento.
Além dos salários, a empresa
também precisa de recursos para
a indenização dos funcionários
demitidos -154, segundo a assessoria. O presidente do Anhembi, Eduardo Sanovicz, calcula em
R$ 1 milhão o valor que terá de ser
pago aos demitidos.
Retroativo
De acordo com a lei salarial
11.722/95, a prefeitura é obrigada
a repassar quadrimestralmente o
índice acumulado no período toda vez que o gasto com a folha de
pagamento não atingir 40% da receita. Esse índice de 3,26%, apurado no quadrimestre julho-outubro, deveria ter sido pago a partir
de novembro.
Essa diferença, que deveria incidir sobre os salários de novembro
e dezembro e também sobre o 13º
salário, ainda não tem data para
ser paga. Segundo a Secretaria
Municipal de Administração,
com o aumento, a folha de pagamento passaria de R$ 171,3 milhões para R$ 177 milhões.
Ontem, a assessoria de imprensa do Sindicato dos Servidores
Públicos Municipais (Sindsep),
que representa cerca de 22 mil
funcionários, informou que deverá acontecer uma reunião hoje
entre a presidente do sindicato,
Claudete Alves da Silva, e representantes da secretaria. O Sindsep
quer esclarecer quando e de que
forma será pago o reajuste retroativo. Segundo a assessoria de imprensa, o sindicato não havia sido
comunicado oficialmente que a
prefeitura não pagaria o aumento
retroativo a novembro.
O presidente do Sindicato dos
Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem), Cláudio Fonseca, vereador pelo PC do
B, disse ontem que também pretende conversar com a secretária
de Administração, Helena Kerr
do Amaral. De acordo com Fonseca, os servidores, que recebem o
pagamento no último dia útil do
mês, deverão receber apenas os
3,26% referentes ao mês de janeiro. "Vamos cobrar o desembolso", disse Fonseca. O Sinpeem
tem 37 mil associados.
Além do não-pagamento do
reajuste retroativo, a prefeitura
também não tem dinheiro para
pagar o abono de um terço de férias de 48 mil servidores. Esse
abono deveria ter sido pago no
início do mês, quando os funcionários entraram em férias. No entanto, isso só deverá ocorrer dia
20, em uma folha suplementar. O
benefício vai custar R$ 13,5 milhões à prefeitura.
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