São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2001

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VIOLÊNCIA

Modelo de policiamento adotado no Estado de São Paulo há oito meses já teve registro de seis vítimas

Policial "solitário" é morto em serviço



DA REPORTAGEM LOCAL

Um policial militar que trabalhava sozinho foi assassinado ontem ao atender uma ocorrência na zona sul de São Paulo.
O soldado Carlos Lorenzeto Garcia, 39, levou 13 tiros de madrugada no portal do Morumbi.
É a sexta vítima em São Paulo do que a PM chama de "policiamento integrado", que existe há oito meses no Estado.
Em vez de dois policiais por carro, fica apenas um. O resultado, segundo a PM: há mais veículos nas ruas para a prevenção, com menos homens. Na capital, cerca de 20% do total de veículos da corporação tem "solitários".
O que se viu desde o início da medida foram cinco policiais assaltados e um morto.
" Se os bandidos percebem que o PM está vulnerável, vão atacá-lo", disse o deputado Wilson Morais (PSDB), presidente da Associação dos Cabos e Soldados.
Era início da madrugada quando o soldado Lorenzeto foi avisado pelo rádio de que havia um veículo abandonado na rua Sebastião Francisco, perto da favela Jardim Colombo.
No local, ele verificou o número da placa pelo rádio, descobriu que o Uno havia sido furtado dias antes e pediu a vinda de mais carros policiais para ajudá-lo.
Nesse intervalo, de três a cinco homens teriam aparecido atirando, de surpresa, segundo o tenente-coronel Hiran Figueiredo Leão, comandante da área.
Houve novo tiroteio com a chegada de mais policiais. Um dos suspeitos, Paulo Henrique de Oliveira Vargas, 18, ex-interno da Febem e que estava em liberdade assistida, acabou morrendo. Outros dois foram detidos à noite.
O soldado, que estava na corporação havia 16 anos, foi enterrado ontem.


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