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DEMOGRAFIA
Estudo mostra que na década de 90, pela 1ª vez desde o final da década de 70, a migração teve saldo positivo
SP recebeu mais migrantes do que "exportou"
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez, desde o final
da década de 70, São Paulo registrou um saldo positivo de migração. Ou seja, na década de 90,
mais gente chegou ao Estado, vinda de outras regiões, do que saiu.
Na década de 80, para cada mil
paulistas, havia dois migrantes vivendo no Estado. Nos anos 90, esse número pulou para quatro.
Para ter uma idéia da dimensão
da migração- calculada pela
Fundação Seade com base no
Censo Populacional 2000-, entre 1980 e 1991 o Estado recebia
cerca de 50 mil migrantes ao ano.
Entre 1991 e 2000, o Estado recebeu 147 mil pessoas por ano, o que
dá um total de 1,3 milhão em nove
anos. As estatísticas de 91 são contabilizadas na década de 80. O ano
é citado nas duas décadas por ser
uma referência demográfica em
razão do Censo de 1991.
Estatísticas populacionais são
essenciais para o planejamento
público, explica a demógrafa Sonia Perillo, da Seade.
Apesar do aumento de migrantes, a taxa de crescimento populacional do Estado continua caindo
(passou de 2,1% ao ano entre 80-91 para 1,8% entre 91-00).
Isso não quer dizer que a população deixou de crescer, mas indica que o crescimento está ocorrendo num ritmo mais lento.
Sonia explica que o fato de a
chegada dos migrantes não alterar a redução do ritmo de crescimento mostra que as taxas de fecundidade e de mortalidade (ainda não atualizadas por década)
são os fatores que mais influenciam na demografia paulista.
Os últimos dados de fecundidade mostram que em 1980 as mulheres tinham 3,4 filhos. Em 1999,
caiu para apenas 2,4. Ou seja: uma
queda de 29% no período.
Essa multidão que veio para São
Paulo nos anos 90 fixou-se principalmente nos municípios da Região Metropolitana e no interior.
A capital, com seus 10,4 milhões
de habitantes, continua perdendo
população. No interior, a região
de Campinas é a que mais recebeu
gente no período. Na Grande São
Paulo, Guarulhos é recordista.
O estudo da Seade não informa
a origem dos migrantes, mas indica que municípios pobres, onde a
população tem baixos níveis de
escolaridade- caso de Guarulhos e Itaquaquecetuba-, continuam recebendo cada vez mais
gente, o que agrava a miséria.
Para calcular a migração, a Seade (Sistema Estadual de Análise
de Dados) comparou os dados do
Censo 2000 com os nascimentos e
óbitos do Estado. Quem não
consta nesses registros, mas figura no último censo, é migrante.
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