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TRANSPORTE
Funcionários de duas empresas que operam na zona leste reivindicam o pagamento de salários atrasados
89 ônibus são depredados no 4º dia de greve
DA REPORTAGEM LOCAL
Oitenta e nove ônibus foram
depredados na cidade de São Paulo no quarto e mais tenso dia da
paralisação de motoristas e cobradores das empresas Expresso
Paulistano e Consórcio Trólebus
Aricanduva -que operam na zona leste e transportam, juntas,
cerca de 157 mil passageiros diariamente. Nos quatro dias, 135
ônibus já foram depredados.
Os funcionários pararam contra
o atraso no pagamento de salários
e de horas extras, que deveriam
ter sido pagos no dia 5, e prometem continuar com a greve.
Cerca de 120 mil pessoas foram
prejudicadas pela paralisação, segundo a SPTrans (órgão que gerencia o transporte coletivo), já
que no mês de janeiro há uma diminuição no número de passageiros por conta das férias escolares.
A greve começou com a paralisação de 12 empresas na terça-feira. Os 89 ônibus depredados ontem pelos funcionários das duas
viações tiveram vidros quebrados
e pneus furados. Também foram
feitas passeatas pelas ruas da zona
leste. Dois terminais de ônibus foram fechados. Pela manhã, o terminal Carrão permaneceu fechado por quase duas horas. Já o terminal São Mateus só foi reaberto
depois das 14h40. A PM foi chamada e 30 homens foram deslocados para garantir a segurança nos
dois terminais.
Em três dias de paralisação, a
SPTrans vem enfrentando dificuldades para implementar o Paese
(Plano de Apoio à Empresa em Situação de Emergência) na zona
leste, justamente por causa da
ação de motoristas e cobradores
das duas empresas, que não permitem que os veículos auxiliares
circulem. No ano passado, 689
ônibus foram depredados.
O Paese foi acionado com 617
veículos. A SPTrans teve de recorrer até mesmo a cem lotações regularizadas para poder implementar a operação e causar menos prejuízos à população.
Na terça-feira, 12 empresas pararam, por falta de pagamento, na
primeira greve do ano. Mas, no
mesmo dia, praticamente todas as
empresas -excluindo a Expresso
Paulistano e o Consórcio Trólebus Aricanduva- efetuaram os
pagamentos.
No dia seguinte, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgou
a greve não abusiva e determinou
o retorno imediato ao trabalho.
Os bens dos proprietários das
empresas foram indisponibilizados e foi determinada a suspensão
de pagamentos de pró-labores
aos sócios e diretores até que a situação fosse normalizada.
Além da determinação judicial,
as empresas estão sendo multadas pela SPTrans por descumprimento de viagens. Até ontem, as
multas de ambas já acumulam
cerca de R$ 136 mil.
A Folha contatou as empresas,
mas em nenhuma delas o telefone
foi atendido. O Transurb (sindicato patronal) informou que não
se pronunciaria sobre o assunto.
A tarifa de ônibus sobe amanhã,
passando de R$ 1,40 para R$ 1,70.
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