THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

O número de casos de sarampo explodiu na Bahia, fazendo a doença voltar ao estágio pré-erradicação no Brasil. O Ministério da Saúde confirmou ontem 43 casos em 2006 no Estado.
Com isso, houve mais registros no ano passado do que em 2000 -um ano antes de o sarampo ser considerado erradicado e a última vez em que foi registrado um caso autóctone (contraído no próprio país).
A Secretaria da Saúde da Bahia diz que há uma "epidemia" e que, pela primeira vez em sete anos, há casos autóctones, apesar de ela ter tido início em um importado.
"Diferentemente do ano passado, quando um surfista trouxe o sarampo das Ilhas Maldivas e contaminou os outros doentes, [desta vez] houve uma transmissão em cadeia. Um pegou e passou para outro", afirma o secretário da Saúde, Jorge José Pereira Solla.
Os casos foram confirmados nas cidades de Filadélfia (24), João Dourado (18) e Irecê (1). Ainda há 54 casos sob investigação em outros oito municípios, incluindo Salvador.
Para Solla, no entanto, a situação é diferente de 2000, quando os 36 registros estavam distribuídos por Acre (15), Amazonas (2), São Paulo (14), Rio de Janeiro (1), Paraná (2), Santa Catarina (1) e Mato Grosso do Sul (1).
Uma das principais causas para o número de casos é a cobertura vacinal. Na Bahia, ela é de 96% em média.
Outro dado importante é que a maioria dos casos confirmados é de homens de 12 a 39 anos. Para a secretaria, isso se deve à resistência deles em receber a vacina tríplice viral -única forma de prevenção. No dia 20, haverá uma campanha estadual de imunização deste grupo.
Até os adultos que já contraíram sarampo na infância devem ser revacinados caso planejem ir para a Bahia, recomendam os médicos.


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