São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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Baladeiro, surfista e família dividem areia do litoral norte

Conheça o perfil de sete praias dos municípios mais badalados desse trecho

WILLIAN VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO

Um pouco mais distante de São Paulo do que o paulistano gostaria, o litoral norte do Estado reserva praias mais tranquilas e menos lotadas que as do (bem mais próximo) litoral sul.
Sem trânsito, o que é raro nos feriados e finais de semana, o percurso até Maresias, a praia mais badalada de São Sebastião, leva cerca de três horas, quase duas a mais que até Praia Grande, na Baixada Santista.
O resultado é que o público que pisa as areias brancas e limpas das praias (cuidadas, cada uma delas, por sua própria "associação de amigos") é aquele que se hospeda em um hotel ou pousada ou aluga casa para a temporada -gente que paga diárias de R$ 100 a R$ 3.000 em um hotel de luxo e que gasta de R$ 30 (difícil achar por menos mesmo) a R$ 200 em um almoço de frutos do mar.
Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela são as quatro cidades com mais praias desse trecho de litoral. As duas últimas, com seus belos destinos, são mais baladas e têm preços mais altos, mas melhores surpresas.
Em São Sebastião, há opções para famílias -que alugam imóveis durante a temporada ou compram casas em condomínios de luxo- e para jovens baladeiros -que vão em grupos curtir, nas suas próprias palavras, o mar, gente bonita e o agito de Maresias.
Acessível somente de barco ou balsa, Ilhabela tem trilhas para chegar à maioria das praias e a muitas cachoeiras.
Conheça sete dos destinos mais amados pelos paulistanos.




CAMBURI
BAIRRO É FAMOSO PELOS BONS RESTAURANTES
Tomada por guarda-sóis, Camburi é a praia dos restaurantes de frutos do mar (são dezenas no circuito gastronômico), enfileirados em cada uma das ruas de barro (com piso e calçadas sendo colocados agora pela prefeitura) que dão acesso à praia. Bastante residencial, o bairro tem cara de cidade pequena, bem diferente do luxo da vizinha Juqueí. É também o lar de muitos surfistas, atrás das ondas de boa formação, a maioria deles da própria comunidade. A faixa estreita de areia é disputada por barraquinhas de milho e barracas das pousadas, aqui mais afastadas da praia. Uma península separa a praia de seu outro canto, Camburizinho, mais recluso. Lá o preço de tudo sobre um pouco.

JUQUEÍ
RELAXAR NAS SUAS ÁGUAS CLARAS E CALMAS SAI CARO
Uma das praias mais caras da região, Juqueí agrega dezenas de condomínios de alto padrão, com seguranças 24 horas. O aluguel mensal de uma casa chega a custar R$ 15 mil na alta temporada. De águas calmas e claras, Juqueí é uma das mais belas praias do litoral norte. É muito frequentada por judeus vindos de São Paulo, que abriram mão do agito do Guarujá, no litoral sul, há mais de uma década. "Juqueí tem clima de bairro", diz a decoradora Cláudia Oliveira, 40, há sete anos fiel com a família no aluguel de uma casa num condomínio. "A gente conhece a dona do shopping, do restaurante. Os seguranças do condomínio olham para ninguém sentar na nossa cadeira."

BALEIA
LOTADA DE CONDOMÍNIOS, NÃO TEM INFRAESTRUTURA
A Baleia é uma praia sossegada e escondida (não há placas indicando que fica à esquerda da Barra do Sahy). Condomínios de luxo se enfileiram ao longo de uma extensa estrada de barro que corre paralela à pequena praia. O outro lado desse sossego é que a Baleia oferece pouca infraestrutura de serviços (como pousadas e restaurantes). "É uma praia estritamente residencial, com preços altos o suficiente para espantar qualquer tipo de comércio", diz Eduardo Nunes, da Sabaleia (Associação Amigos do Bairro Praia da Baleia), que tem mais de 30 funcionários para manter a praia em ordem. Com areia mais firme, é boa para esportes e caminhadas.

BARRA DO SAHY
APESAR DE PEQUENA, RECEBE TURISTAS DE UM DIA
Praia de águas calmas e quentes, a Barra do Sahy é uma das mais populares e que recebe mais gente -pequena, está quase sempre lotada de famílias e turistas de um dia. O resultado é que bitucas de cigarro e uma ou outra latinha são sempre encontradas na areia. A chegada de carro é dificultada, pois o acesso à praia só é feito a pé e os estacionamentos vivem lotados. Mas o Sahy tem seus méritos, como oferecer um mergulho na piscina natural que fica no canto sul da praia, onde encontram-se os rochedos do Canto Bravo. No outro canto da praia, desliza o rio Sahy, que banha a capelinha da Vila Caiçara. É das poucas praias onde a presença de moradores locais se destaca.

BARRA DO UNA
SEU DIFERENCIAL É O RIO DE ÁGUAS AMARELO-ESCURAS
Aqui o diferencial não é o mar, mas o rio Una, que recorta a barra com suas águas amarelo-escuras e garante espaço para os barcos -sempre parados em frente às casas ou nas marinas do local, que oferecem passeios de lancha pelas ilhas da região: Montão de Trigo, Couves, Gatos, As Ilhas e Alcatrazes. Em algumas, é prática comum o mergulho. A subida pelo rio Una (que desce da montanha) com botes e caiaques, além das trilhas a pé no meio da mata atlântica, são outras opções de passeio. Bastante frequentada por famílias, Una é uma praia de águas escuras como as do rio e areia fofa, e frequentemente são encontrados galhos e troncos de árvore em seu mar.

ILHABELA
BOA PARA VELA E WINDSURF, TAMBÉM OFERECE AGITO
A cidade-ilha, acessível somente de balsa ou helicóptero, é repleta de praias agitadas, como a da Feiticeira e a do Curral, duas das mais procuradas por hóspedes de hotéis e pousadas. É também o melhor lugar da região para esportes náuticos, como vela (a ilha serve como local de treino para profissionais e sedia campeonatos) e windsurf. No centro, o passeio histórico pela vila agrada a quem tem de esperar pela balsa -em geral, com filas mais demoradas que na chegada-, com prédios históricos como a Igreja Matriz e a vista do píer. Mas Ilhabela tem ainda praias semidesertas, aonde só se chega por trilha ou de barco, como Bonete e Castelhanos.


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