São Paulo, segunda, 11 de janeiro de 1999

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VIAGEM
Falta de limpeza supera a preocupação com segurança, que era principal reclamação de estrangeiros em 1992
Sujeira é maior queixa de turista em SP

da Reportagem Local

A limpeza pública é apontada pelos turistas estrangeiros como a maior deficiência da infra-estrutura urbana da cidade de São Paulo, revela pesquisa feita pela Coordenadoria de Turismo da Secretaria de Estado dos Negócios de Esporte e Turismo de São Paulo.
A conservação da cidade foi considerada deficiente por 21,33% dos 1.100 turistas entrevistados em setembro de 98, superando a segurança pública -que ocupava o primeiro lugar nas reclamações apontadas pelos estrangeiros no levantamento anterior, de 1992.
No início da década, a violência era a principal falha na infra-estrutura urbana, com 24% das reclamações. A limpeza vinha em segundo lugar com 16%.
"Para quem vem de fora, a sujeira das ruas e as pichações dos monumentos deixam uma má impressão e indicam falta de consciência de preservação", disse o diretor da Coordenadoria de Turismo, Renato Paes de Barros, que encaminhou a pesquisa para o prefeito Celso Pitta.
Depois da limpeza pública, os estrangeiros apontaram a segurança pública (19,35%), o transporte urbano (12,24%) e a comunicação (10,49%) como as principais falhas da capital paulista.
Apesar de ser considerada a principal deficiência, a limpeza pública recebeu avaliação regular de 42,66% dos entrevistados. Para outros 36,01%, o serviço foi considerado bom.

Brasileiro não estranha

Voltada para o turista doméstico, pesquisa feita pela coordenadoria em novembro de 98 revela que as pessoas que vêm do interior de São Paulo ou de outros Estados apontam o trânsito como o principal problema da capital.
Para o turista nacional, a sujeira não consta da lista de deficiências de São Paulo. Fatores como a poluição e a violência urbana da metrópole são os que mais desagradam o turista brasileiro -depois dos congestionamentos, cujo pico de 98 foi marcado por 224 quilômetros de lentidão.
As duas pesquisas foram feitas de forma aleatória em amostragens feitas nos principais portões de saída de turistas na cidade: aeroportos e terminais rodoviários. No caso do turista doméstico, foram entrevistadas 2.041 pessoas.
O brasileiro respondeu por 87,5% do movimento turístico de São Paulo no ano passado. Segundo a coordenadoria, 7 milhões de turistas do interior de São Paulo e de outros Estados passaram pela capital.
Estimativas da coordenadoria apontam que 1 milhão de turistas de outros países visitaram São Paulo em 98. Nos dois casos, a maior parcela das viagens continuam sendo motivadas por negócios e trabalho.
A pesquisa revela que o turista norte-americano deixa mais dinheiro em São Paulo do que o brasileiro em Nova York.
O brasileiro foi considerado o turista que mais gastou dólares em Nova York em 97, com uma média diária de US$ 225. Já o norte-americano deixou US$ 365 em São Paulo por dia.



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