São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2001

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Borelli diz que é "bode expiatório"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Marcelo Borelli nega ter participado de todos os crimes apontados pela Polícia Federal. "Querem me transformar num Lúcio Flávio", afirma. Lúcio Flávio Vilar Lírio foi um assaltante de bancos que ficou famoso na década de 70.
Em sua defesa, Borelli acusa uma quadrilha de policiais civis de ter feito o assalto no aeroporto de Brasília em julho passado, crime pelo qual ele está preso na sede da PF, no Distrito Federal.
A entrevista foi concedida por escrito e, como condição, Borelli disse que não responderia a perguntas sobre a fita de vídeo em que aparece torturando M.L., 3.
A PF diz que todos os depoimentos foram filmados e que em nenhum momento houve ameaça a Borelli, que responde a 11 processos e já teve a prisão preventiva decretada por cinco deles.

Folha - Qual foi a sua participação no assalto ao avião da Vasp, no aeroporto de Brasília, em julho?
Marcelo Borelli
- Nenhuma. A quadrilha responsável pelo assalto é daqui e tem a participação de delegado e agentes da Polícia Civil do DF. Durante dois meses as autoridades procuraram um bode expiatório. O delegado Antônio Celso dos Santos, da PF, encontrou em mim o bode expiatório perfeito.

Folha - É verdade que o grupo esperava encontrar no avião uma carga bem maior?
Borelli
- Soube da carga roubada pelos jornais.

Folha - A Polícia Federal apreendeu em Curitiba material que evidencia que vocês planejavam um assalto naquela cidade e fizeram o de Brasíla. Ainda há gente do grupo em ação?
Borelli
- Querem fazer de mim o novo Lúcio Flávio, atribuindo a mim todos os crimes vultosos ocorridos no país nos últimos anos. Não sou gênio do crime tampouco poderia estar em tantos lugares participando de tantos crimes ao mesmo tempo. O homem deve pagar por seus pecados, não pelos dos outros.








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