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Borelli diz que é "bode expiatório"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Marcelo Borelli nega ter participado de todos os crimes apontados pela Polícia Federal. "Querem
me transformar num Lúcio Flávio", afirma. Lúcio Flávio Vilar Lírio foi um assaltante de bancos
que ficou famoso na década de 70.
Em sua defesa, Borelli acusa
uma quadrilha de policiais civis
de ter feito o assalto no aeroporto
de Brasília em julho passado, crime pelo qual ele está preso na sede da PF, no Distrito Federal.
A entrevista foi concedida por
escrito e, como condição, Borelli
disse que não responderia a perguntas sobre a fita de vídeo em
que aparece torturando M.L., 3.
A PF diz que todos os depoimentos foram filmados e que em
nenhum momento houve ameaça
a Borelli, que responde a 11 processos e já teve a prisão preventiva
decretada por cinco deles.
Folha - Qual foi a sua participação
no assalto ao avião da Vasp, no aeroporto de Brasília, em julho?
Marcelo Borelli - Nenhuma. A
quadrilha responsável pelo assalto é daqui e tem a participação de
delegado e agentes da Polícia Civil
do DF. Durante dois meses as autoridades procuraram um bode
expiatório. O delegado Antônio
Celso dos Santos, da PF, encontrou em mim o bode expiatório
perfeito.
Folha - É verdade que o grupo esperava encontrar no avião uma
carga bem maior?
Borelli - Soube da carga roubada
pelos jornais.
Folha - A Polícia Federal apreendeu em Curitiba material que evidencia que vocês planejavam um
assalto naquela cidade e fizeram o
de Brasíla. Ainda há gente do grupo em ação?
Borelli - Querem fazer de mim o
novo Lúcio Flávio, atribuindo a
mim todos os crimes vultosos
ocorridos no país nos últimos
anos. Não sou gênio do crime
tampouco poderia estar em tantos lugares participando de tantos
crimes ao mesmo tempo. O homem deve pagar por seus pecados, não pelos dos outros.
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