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CARNAVAL
Pesquisadores vão a campo durante a festa; objetivo é garantir segurança, conforto e a integridade da cidade
Impacto do Carnaval em Salvador é avaliado
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Carnaval de Salvador (BA)
contará, neste ano, com um bloco
diferente nas ruas. Um grupo de
15 estudantes do curso de extensão da Faculdade de Arquitetura
da UFBA (Universidade Federal
da Bahia) estará nos circuitos, fazendo uma pesquisa para analisar
o impacto da festa na cidade.
O trabalho de campo integra
um estudo inédito -o PEC (Plano de Estruturação Físico-Ambiental do Carnaval)- feito em
convênio com a Emtursa (órgão
de turismo da prefeitura que
coordena o Carnaval).
O objetivo é garantir para a festa
de 2002 maior segurança e conforto aos foliões e a integridade do
patrimônio arquitetônico e ambiental da capital baiana.
Entre os dias 14 e 28, os pesquisadores vão tirar fotos, filmar e
colher depoimentos para verificar
in loco se instalações como arquibancadas, banheiros, protetores
de árvores, camarotes e barracas
de ambulantes estão projetadas e
distribuídas corretamente.
Também será avaliado se as vias
de acesso para os circuitos do
Carnaval permitem a chegada e a
saída segura das pessoas e se o
desmonte da estrutura colocada
para a festa é eficiente.
O Carnaval de Salvador coloca 2
milhões de pessoas por dia nas
ruas -das quais 1,7 milhão são
"pipocas", ou seja, brincam fora
das cordas dos blocos.
Desde 97, a festa vem crescendo
em volume de recursos, empregos criados e turistas recebidos.
Neste ano, a estrutura oficial incluirá dez postos médicos, 143
barracas de comida e bebida e mil
sanitários químicos.
Na opinião de Manoel José Carvalho, professor de arquitetura da
UFBA que coordena o PEC, os resultados do estudo indicarão a necessidade de um duplo planejamento que deverá levar em conta
a complexidade e o caráter popular do Carnaval, sem desprezar os
negócios que a festa movimenta.
"A cidade cotidiana não pode
ser desnecessariamente molestada pela cidade efêmera criada no
Carnaval. Por outro lado, não dá
mais para projetar nem uma nova
praça em Salvador sem verificar,
por exemplo, se sua estrutura física resiste aos eventos de rua."
Segundo Eliana Dumêt, presidente da Emtursa, o planejamento feito até agora se ressentia da
falta de informações concretas.
"Quando a estrutura for desmontada, ela não pode deixar lixo nem
buracos nas ruas, fiação nem árvores danificadas", afirma.
Além do apoio aos pesquisadores durante a festa, a Emtursa
bancou todo o projeto. Eliana diz
que o custo foi baixo e se concentrou em material e computadores.
As conclusões do estudo serão
apresentadas em junho com sugestões de mudanças. Carvalho
não descarta a proposta de uma
alteração nos circuitos, mas ele
ressalta que o tema é muito delicado. "É possível criar novas
áreas, expandir as atuais, ocupar
melhor o tempo e até criar eventos paralelos à festa", afirma.
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