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São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 2003

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Sequestrador se passava por corretor

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-motorista Pedro Ciechanovicz passou os últimos oito anos de sua vida como foragido da Justiça, organizando sequestros e vivendo normalmente em Suzano, na Grande São Paulo, com documento de identidade falso, sem levantar suspeitas.
Como Manoel Ribeiro da Silva, dizia-se corretor e fazia negócios com chácaras e sítios. Vivia com uma mulher.
A nova identidade, tirada em Santa Catarina, escondia a longa ficha de roubos e os 95 anos de condenação. Ciechanovicz fugiu de uma unidade prisional semi-aberta do litoral de São Paulo, em 96, resgatado por sua quadrilha.
Depoimentos de sequestrados, integrantes da quadrilha presos e grampos telefônicos revelam um pouco da sua personalidade: inteligente, temido pelos comandados, leitor de clássicos da literatura e de humor inconstante, influenciado por altas doses de álcool enquanto vigia cativeiros.
No cativeiro do empresário Roberto Benito Júnior, das Lojas Cem, costumava sugerir livros a ele, resumia obras e providenciava leitura constantemente. Na ficha criminal consta que terminou apenas o ensino fundamental.
Não era violento com suas vítimas, mas sabia como pressioná-las. ""Quando ouvia falar em polícia, entrava no quarto com a arma engatilhada", diz uma estudante que conviveu 27 dias com ele.
Mandava recados à polícia. Nunca se entregaria com vida se fosse cercado na rua. Andava bem armado. Seu arsenal inclui fuzis, pistolas e até explosivos.


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