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Sequestrador se passava por corretor
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-motorista Pedro Ciechanovicz passou os últimos oito
anos de sua vida como foragido
da Justiça, organizando sequestros e vivendo normalmente em
Suzano, na Grande São Paulo,
com documento de identidade
falso, sem levantar suspeitas.
Como Manoel Ribeiro da Silva,
dizia-se corretor e fazia negócios
com chácaras e sítios. Vivia com
uma mulher.
A nova identidade, tirada em
Santa Catarina, escondia a longa
ficha de roubos e os 95 anos de
condenação. Ciechanovicz fugiu
de uma unidade prisional semi-aberta do litoral de São Paulo, em
96, resgatado por sua quadrilha.
Depoimentos de sequestrados,
integrantes da quadrilha presos e
grampos telefônicos revelam um
pouco da sua personalidade: inteligente, temido pelos comandados, leitor de clássicos da literatura e de humor inconstante, influenciado por altas doses de álcool enquanto vigia cativeiros.
No cativeiro do empresário Roberto Benito Júnior, das Lojas
Cem, costumava sugerir livros a
ele, resumia obras e providenciava leitura constantemente. Na ficha criminal consta que terminou
apenas o ensino fundamental.
Não era violento com suas vítimas, mas sabia como pressioná-las. ""Quando ouvia falar em polícia, entrava no quarto com a arma
engatilhada", diz uma estudante
que conviveu 27 dias com ele.
Mandava recados à polícia.
Nunca se entregaria com vida se
fosse cercado na rua. Andava bem
armado. Seu arsenal inclui fuzis,
pistolas e até explosivos.
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