São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

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Uma vacina anticâncer entra na rotina

JULIO ABRAMCZYK

COLUNISTA DA FOLHA

Texas é o primeiro Estado norte-americano a promover para escolares do sexo feminino, entre 11 e 12 anos, de rotina, a aplicação da vacina contra o HPV -o papilomavirus humano. Ele é comprovadamente responsável pelo desenvolvimento do câncer de colo de útero e é transmitido principalmente por meio da atividade sexual. A vacina foi desenvolvida pelo laboratório Merck e não contém vírus vivo.
É aplicada em três doses a intervalos regulares em um período de seis meses. Quando de seu lançamento, seu custo era de 360 dólares para as três doses.
Os primeiros resultados positivos foram apresentado em 2004 e em junho do ano passado o FDA, que nos EUA controla os medicamentos, aprovou a vacina para aplicação em pessoas do sexo feminino entre nove e 26 anos de idade.
Ela foi considerada efetiva contra o HPV tipos 16 e 18 (responsáveis por 70% do câncer cervical) e também efetiva para o HPV tipos 6 e 11, que provocam 90% das verrugas genitais e conseqüente dor nas mulheres durante relações sexuais.
A vacina, entretanto, não substitui nem dispensa outros métodos preventivos relacionados ao câncer genital feminino, como os testes anuais de Papanicolao, e os necessários cuidados com as doenças sexualmente transmissíveis.
A vacina anti-HPV não tem indicação para o tratamento do câncer do colo do útero e não é indicada para mulheres acima dos 27 anos de idade.
No Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 1999 o câncer cervical foi responsável pela morte de 3.879 mulheres, com HPV positivo em 99% dos casos. Nos EUA, em média há 9.710 casos novos de câncer cervical, com 3.700 mortes. Em todo o mundo é considerada a segunda causa mais freqüente de câncer na mulher.

julio@uol.com.br

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