São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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"Se fazem isso com gente, imagina com animais", diz calouro

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

"Se eles [veteranos do curso de veterinária] fazem isso com gente, imagina o que não fazem com os animais." Foi assim que o calouro Bruno César Ferreira, 21, resumiu a frustração e a revolta com as agressões e humilhações sofridas anteontem.
Balconista de uma loja, onde vende medicamentos e rações para animais, ele já decidiu que não quer mais estudar na faculdade em Leme. Tentará transferir o curso para outra cidade. "Lá, eu não volto nunca mais."
Ferreira contou que o trote violento começou por volta das 8h. "Alguns veteranos pediram que eu tirasse o boné e a camiseta. Na hora, pensei que sofreria um trote normal, só com tinta no cabelo. Mas não foi isso o que aconteceu. Eles me fizeram rolar em uma lona com excrementos, fezes e aves em decomposição", afirmou.
O estudante contou que, enquanto rolava na lona, era obrigado a ingerir pinga e até uma bebida "muito mais forte do que pinga". "Acho até que era álcool puro. Eles disseram que, se alguém se negasse a rolar na lona, levaria chicotadas", disse.
O estudante contou ainda que havia cerca de 30 calouros e ao menos 40 veteranos.
"Depois disso, nos levaram a um bar e acho que tentei resistir a isso. Então, eles me amarraram em um poste e me agrediram bastante com chicotadas. Amarraram uma corda no meu pescoço. Estou com hematomas por todo o corpo."
Já alcoolizado, Ferreira disse que foi agredido até com pontapés. "Tenho um hematoma na costela, de um pontapé que levei de um veterano. Puseram-me na cadeira em um poste e um veterano passou e chutou os pés da cadeira. Então caí no chão e bati a cabeça na calçada."


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