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CARNAVAL
No Rio, turista pode fazer BO no hotel, sem ir à delegacia
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
Os hóspedes dos hotéis do
Rio de Janeiro que são vítimas de algum crime e não
querem perder tempo registrando a ocorrência na delegacia podem fazer isso sem
sair do hotel, preenchendo
um formulário em que se
identificam e narram o crime. Esse documento é encaminhado à delegacia responsável, onde é registrado.
Será o primeiro Carnaval
com o novo sistema, que começou a ser testado no final
do ano e se tornará permanente nos 162 hotéis filiados
à Abih-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis).
"Muitas vezes o turista não
está disposto a registrar o caso, então criamos esse formulário para que ele narre o
que aconteceu sem precisar
gastar tempo nem ir à delegacia", diz Sérgio Nogueira,
superintendente da Abih-RJ. A vítima só deverá ir à delegacia se for chamada para
identificar um suspeito.
Os hotéis encaminham os
registros à associação, que os
reúne e periodicamente os
encaminha à polícia. "Por
enquanto não há uma periodicidade determinada.
Quando reunimos uma
quantia grande de casos, enviamos os relatos à polícia."
"Essa iniciativa é importante porque, sem registro,
não podemos prender ninguém, mesmo se soubermos
quem é o autor do crime. Afinal, sem registro oficial não
há vítima, e, sem vítima, não
há crime", diz Daniel Mayr,
delegado-assistente da Deat
(Delegacia Especial de Apoio
ao Turismo). Segundo ele, isso permite à polícia fazer um
levantamento mais exato do
número de turistas vítimas
de crime no Rio.
Além desse formulário,
outro mecanismo adotado
pelos hotéis para proteger e
orientar seus hóspedes é
uma rede de comunicação
por um canal exclusivo de rádio que interliga empresas
de turismo a órgãos de segurança -polícias Civil e Militar, bombeiros e Guarda Municipal. Principalmente a essas duas iniciativas é atribuída a redução do número de
assaltos a estrangeiros registrados pela Deat: 1.261 em
2007 e 999 em 2008 -queda
de 20%.
No Carnaval, o BPTur (Batalhão de Polícia do Turismo), da PM, contará com 210
homens na rua e 40 em serviços internos. A Deat vai remanejar seus 48 policiais para ampliar a equipe de atendimento. Esses órgãos são
especializados no atendimento ao estrangeiro.
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