São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Pane derruba helicóptero da Record em SP; piloto morre

Aeronave caiu de altura de 50 metros, na pista de corrida do Jockey Club

Cinegrafista a bordo está internado em estado grave; piloto chegou a avisar colega da Globo que tentaria fazer um pouso de emergência

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um helicóptero da Rede Record caiu de uma altura de cerca de 50 metros, na manhã de ontem, na pista de corrida do Jockey Club de São Paulo (zona sul). Uma pessoa morreu.
A aeronave apresentou problemas quando sobrevoava a região da marginal Pinheiros.
A câmera de uma aeronave da Rede Globo que estava na mesma região flagrou o momento do acidente. O helicóptero da Record começou a girar em torno de si, soltou uma fumaça e caiu verticalmente.
O piloto Rafael Delgado Sobrinho, 45, morreu na hora. Já o passageiro da aeronave, o cinegrafista Alexandre da Silva Moura, conhecido como Borracha, teve ferimentos por todo o corpo. Ele está internado em estado grave, no hospital Itamaraty/Butantã.
O acidente ocorreu por volta das 7h30, quando a equipe filmava cenas de um assalto.
Antes de cair, Sobrinho falou para o piloto de helicóptero Dato de Oliveira, da Globo, que estava com pane no rotor da cauda (que movimento a hélice traseira) e tentaria fazer um pouso de emergência.
Sobrinho trabalhou na Rede Record de maio de 1999 até dezembro de 2007 e, após passar um tempo longe da emissora, voltou em 2008.
O Estado tem 524 helicópteros registrados. Desses, ao menos dez estão a serviço de oito empresas de comunicação na capital paulista. Cerca de mil pousos e decolagens são feitos diariamente na cidade.

Investigações
Militares o Seripa 4 (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáutico) e policiais civis estiveram no local para iniciar a apuração sobre as causas do acidente.
"Pode ter sido falha mecânica, problema no rotor da cauda, imperícia, rajada de vento, há muitos fatores que temos de levar em conta", disse o tenente coronel Ricardo Beltran Crespo, chefe do Seripa 4. A Aeronáutica tem um ano para concluir as investigações.
O presidente da Associação de Pilotos de Helicópteros de São Paulo, Cleber Teixeira Mansur, disse não ter dúvidas de que o acidente foi causado pela falha no rotor da cauda. "Não é muito comum. É a mesma coisa que você estar dirigindo um carro e, de repente, quebrar a barra de direção."
Para o militar e para o presidente da Associação, o piloto deve ser considerado um herói porque evitou um acidente em áreas habitadas ou em vias.
A Helibras, fabricante do helicóptero Esquilo AS-350 BA, informou que a aeronave que caiu foi fabricada em 1994 e comprada pela Record em 1997. O helicóptero tinha 7.943 horas de voo e passou por manutenção no dia 18 de janeiro.
Às 9h45, pouco mais de duas horas após o acidente, outro helicóptero Esquilo caiu, na base aérea de São Pedro da Aldeia (138 km do Rio). A aeronave, do Exército, fazia um exercício de pilotagem tática na hora da queda. Os dois tripulantes ficaram feridos sem gravidade.
Em 2009, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) registrou 15 acidentes com helicópteros no Brasil -três em SP.


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