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Pane derruba helicóptero da Record em SP; piloto morre
Aeronave caiu de altura de 50 metros, na pista de corrida do Jockey Club
Cinegrafista a bordo está internado em estado grave; piloto chegou a avisar colega da Globo que tentaria fazer um pouso de emergência
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
Um helicóptero da Rede Record caiu de uma altura de cerca de 50 metros, na manhã de
ontem, na pista de corrida do
Jockey Club de São Paulo (zona
sul). Uma pessoa morreu.
A aeronave apresentou problemas quando sobrevoava a
região da marginal Pinheiros.
A câmera de uma aeronave
da Rede Globo que estava na
mesma região flagrou o momento do acidente. O helicóptero da Record começou a girar
em torno de si, soltou uma fumaça e caiu verticalmente.
O piloto Rafael Delgado Sobrinho, 45, morreu na hora. Já
o passageiro da aeronave, o cinegrafista Alexandre da Silva
Moura, conhecido como Borracha, teve ferimentos por todo o
corpo. Ele está internado em
estado grave, no hospital Itamaraty/Butantã.
O acidente ocorreu por volta
das 7h30, quando a equipe filmava cenas de um assalto.
Antes de cair, Sobrinho falou
para o piloto de helicóptero Dato de Oliveira, da Globo, que estava com pane no rotor da cauda (que movimento a hélice
traseira) e tentaria fazer um
pouso de emergência.
Sobrinho trabalhou na Rede
Record de maio de 1999 até dezembro de 2007 e, após passar
um tempo longe da emissora,
voltou em 2008.
O Estado tem 524 helicópteros registrados. Desses, ao menos dez estão a serviço de oito
empresas de comunicação na
capital paulista. Cerca de mil
pousos e decolagens são feitos
diariamente na cidade.
Investigações
Militares o Seripa 4 (Serviço
Regional de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáutico) e policiais civis estiveram
no local para iniciar a apuração
sobre as causas do acidente.
"Pode ter sido falha mecânica, problema no rotor da cauda,
imperícia, rajada de vento, há
muitos fatores que temos de levar em conta", disse o tenente
coronel Ricardo Beltran Crespo, chefe do Seripa 4. A Aeronáutica tem um ano para concluir as investigações.
O presidente da Associação
de Pilotos de Helicópteros de
São Paulo, Cleber Teixeira
Mansur, disse não ter dúvidas
de que o acidente foi causado
pela falha no rotor da cauda.
"Não é muito comum. É a mesma coisa que você estar dirigindo um carro e, de repente, quebrar a barra de direção."
Para o militar e para o presidente da Associação, o piloto
deve ser considerado um herói
porque evitou um acidente em
áreas habitadas ou em vias.
A Helibras, fabricante do helicóptero Esquilo AS-350 BA,
informou que a aeronave que
caiu foi fabricada em 1994 e
comprada pela Record em
1997. O helicóptero tinha 7.943
horas de voo e passou por manutenção no dia 18 de janeiro.
Às 9h45, pouco mais de duas
horas após o acidente, outro
helicóptero Esquilo caiu, na base aérea de São Pedro da Aldeia
(138 km do Rio). A aeronave, do
Exército, fazia um exercício de
pilotagem tática na hora da
queda. Os dois tripulantes ficaram feridos sem gravidade.
Em 2009, a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) registrou 15 acidentes com helicópteros no Brasil -três em SP.
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