São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

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ANTONIO PINTO MARTINS (1930-2011)

De doutor Martins a vovô Totó

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Por mais de um ano, Antonio Pinto Martins, advogado, deu carona e tomou café com Yara, contadora que trabalhava no escritório do lado.
Mas ela só o chamava de doutor Martins. Um dia, Antonio não aguentou mais e pediu: "Vamos acabar com isso. Me chame de Toninho, de Totó, do que quiser".
Em 1982, Toninho, aos 52 anos, casou-se com Yara. Ela, viúva, já com três filhos e uma neta, nem sequer imaginava casar-se novamente.
Por culpa dele, "renasceu para a vida", conta. Antonio, diz ela, era romântico, gostava de dançar e de viajar.
Ao todo, foram 35 vezes a Buenos Aires, a cidade favorita dele. Antonio também adorava Portugal, país do avô paterno. Conheceram ainda Itália, Alemanha, França, Inglaterra, Grécia, Turquia, Áustria e Suíça.
Os filhos de Yara ele adotou como se fossem seus. E ficou sendo, para os netos da mulher, o vovô Totó.
Natural de Espírito Santo do Pinhal (SP), ele estudou em Campinas e depois veio a São Paulo, onde se formou, aos 22, em direito na USP.
Por toda a vida, advogou num único escritório, até março do ano passado.
Durante 18 anos, manteve controlados um enfisema e uma fibrose. Havia fumado por 40 anos, mas parara há 27. A doença, porém, não deu trégua e, há dois anos, a saúde começou a piorar.
Até tentou continuar indo ao escritório, mas a locomoção foi ficando difícil.
No sábado, morreu aos 80, após uma parada cardíaca.
A missa do sétimo dia será amanhã, às 15h30, na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Bom Retiro, em SP.

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