São Paulo, Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 1999
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TRANSPORTE
Duas estações foram destruídas e quatro vagões, incendiados devido a atrasos na linha leste de São Paulo
Atraso em trem provoca quebra-quebra

da Reportagem Local

Passageiros depredaram anteontem à noite duas estações e atearam fogo a quatro vagões de trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), na zona leste de São Paulo.
O tumulto foi provocado por atrasos na linha leste-variante, que teriam se originado no conserto de um trem que quebrou na estação Engenheiro Goulart.
O reparo teria levado quase uma hora -praticamente o mesmo tempo gasto para percorrer as 13 estações dessa linha. A demora afetou aproximadamente 3.000 usuários.
Após o conserto, um grupo irritado com a lentidão invadiu a cabine intermediária e acionou o freio automático, provocando mais atrasos, segundo a CPTM.
Devido aos dois episódios, a lentidão se manteve -a viagem levou duas horas e, mesmo assim, passageiros não conseguiram chegar ao destino e tiveram de descer em outros pontos.
Revoltados com o problema, alguns usuários atearam fogo a quatro vagões de trem. Também foram depredadas duas estações -Engenheiro Gualberto e Engenheiro Trindade. As bilheterias, luminárias, vidros das janelas e a chefia da estação foram destruídas pelos passageiros.

Interdição
O trecho entre dez estações da linha leste-variante foi interditado ontem, mas no final da tarde a CPTM montou outra operação. Da estação Brás até Itaim Paulista (trecho de maior demanda, segunda a companhia), os trens já voltaram a circular.
Depois do Itaim Paulista, não estão circulando trens, mas foram colocados ônibus gratuitos para os passageiros terminarem o percurso.
As estações Engenheiro Goulart e Engenheiro Trindade continuam fechadas. Os trens passam direto pela estação, sem parar para embarque ou desembarque.
Os usuários também têm como opção a linha leste-tronco, que corre paralelamente à variante e passa por mais estações, ou o metrô. Segundo a SPTrans, linhas de ônibus que operam na região leste também devem circular o dia inteiro com a frota total para amenizar os eventuais problemas de transporte. A CPTM não soube informar ontem o prejuízo provocado pela depredação. Também não há estimativas de quando o trecho vai voltar a funcionar.
Se não for possível recuperar os vagões ou substituí-los por outros usados, a CPTM pode ser obrigada a gastar cerca de US$ 6 milhões na compra de quatro carros novos -R$ 11,4 milhões, pela cotação do dólar de ontem. A direção da CPTM não informou ontem se serão tomadas novas medidas para evitar atrasos e depredações.
(CARLA CONTE)


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