|
Texto Anterior | Índice
TRANSPORTE
Duas estações foram destruídas e quatro vagões, incendiados devido a atrasos na linha leste de São Paulo
Atraso em trem provoca quebra-quebra
da Reportagem Local
Passageiros depredaram anteontem à noite duas estações e atearam fogo a quatro vagões de trem
da CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos), na zona
leste de São Paulo.
O tumulto foi provocado por
atrasos na linha leste-variante, que
teriam se originado no conserto de
um trem que quebrou na estação
Engenheiro Goulart.
O reparo teria levado quase uma
hora -praticamente o mesmo
tempo gasto para percorrer as 13
estações dessa linha. A demora
afetou aproximadamente 3.000
usuários.
Após o conserto, um grupo irritado com a lentidão invadiu a cabine intermediária e acionou o freio
automático, provocando mais
atrasos, segundo a CPTM.
Devido aos dois episódios, a lentidão se manteve -a viagem levou
duas horas e, mesmo assim, passageiros não conseguiram chegar ao
destino e tiveram de descer em outros pontos.
Revoltados com o problema, alguns usuários atearam fogo a quatro vagões de trem. Também foram depredadas duas estações
-Engenheiro Gualberto e Engenheiro Trindade. As bilheterias,
luminárias, vidros das janelas e a
chefia da estação foram destruídas
pelos passageiros.
Interdição
O trecho entre dez estações da linha leste-variante foi interditado
ontem, mas no final da tarde a
CPTM montou outra operação. Da
estação Brás até Itaim Paulista
(trecho de maior demanda, segunda a companhia), os trens já voltaram a circular.
Depois do Itaim Paulista, não estão circulando trens, mas foram
colocados ônibus gratuitos para os
passageiros terminarem o percurso.
As estações Engenheiro Goulart
e Engenheiro Trindade continuam
fechadas. Os trens passam direto
pela estação, sem parar para embarque ou desembarque.
Os usuários também têm como
opção a linha leste-tronco, que
corre paralelamente à variante e
passa por mais estações, ou o metrô. Segundo a SPTrans, linhas de
ônibus que operam na região leste
também devem circular o dia inteiro com a frota total para amenizar
os eventuais problemas de transporte. A CPTM não soube informar ontem o prejuízo provocado
pela depredação. Também não há
estimativas de quando o trecho vai
voltar a funcionar.
Se não for possível recuperar os
vagões ou substituí-los por outros
usados, a CPTM pode ser obrigada
a gastar cerca de US$ 6 milhões na
compra de quatro carros novos
-R$ 11,4 milhões, pela cotação do
dólar de ontem. A direção da
CPTM não informou ontem se serão tomadas novas medidas para
evitar atrasos e depredações.
(CARLA CONTE)
Texto Anterior: Incendiário ataca o 20º automóvel em Marília Índice
|