São Paulo, Quinta-feira, 11 de Março de 1999
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VIOLÊNCIA
Ladrões foram presos após cinco horas de cerco policial em Belém; dinheiro retirado do caixa desapareceu
Assaltantes mantêm 20 reféns em bingo

LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém

Quatro assaltantes armados mantiveram 20 pessoas como reféns no Bingo Marajoara, em Belém, por cerca de cinco horas durante a madrugada de ontem.
Os assaltantes, armados com pistolas e revólveres calibre 38, usaram a funcionária do bingo Maria Mendes como escudo. Eles apontavam uma arma para sua cabeça. Os assaltantes colocaram ainda um botijão de gás na porta do local e ameaçavam atirar para fazer com que ele explodisse.
O assalto começou por volta da 1h, quando estava aberta apenas a primeira sala do bingo, onde funcionam máquinas de caça-níqueis.
Interpelados pelo segurança, que informou que a casa estava fechando, os assaltantes disseram que iriam comprar um copo d'água, rendendo em seguida os clientes.
A polícia foi acionada pelo vigia do prédio, José Ricardo Souza, que percebeu a movimentação e conseguiu escapar. Ele subiu pela marquise do prédio e correu até a delegacia, que fica a menos de um quarteirão do local.
Além do vigia, havia apenas mais um segurança na casa. Trinta homens das Polícias Civil e Militar fizeram o cerco e iniciaram a negociação. Às 6h, os assaltantes decidiram se render.
O dinheiro que os assaltantes tiraram do caixa, cerca de R$ 7 mil, está desaparecido. O delegado Brivaldo Soares Filho acredita que, durante as negociações, alguém pode ter levado o dinheiro.
A gerência do bingo não confirmou a quantia, mas informou que a maior parte do dinheiro do dia já não estava mais no caixa.
Algumas pessoas tiveram crise nervosa, sendo encaminhadas para o Pronto-Socorro Municipal, onde foram medicadas. Ontem, a gerência do bingo dispensou os cinco funcionários que presenciaram o assalto. Eles devem retornar ao trabalho em três dias.
Ninguém ficou ferido durante o assalto. O Bingo Marajoara existe há quatro anos e essa foi a primeira vez que sofreu um assalto. Cerca de 200 pessoas frequentam diariamente o local.
Seu horário de funcionamento é das 9h às 3h, mas ontem, por causa do fraco movimento, a gerência havia decidido fechar mais cedo.

Antecedentes
Os acusados pelo assalto -Gilberto Jesus Gonçalves de Souza, 25, Carlos Augusto Serra da Silva Caçador, 29, Joe Meloso Melo, 27, e Márcio Afonso Melo Fernandes, 19- foram levados para a Delegacia do Comércio e no final do dia seriam encaminhados para o Presídio São José.
De acordo com o delegado, Souza, Caçador e Melo confessaram que já haviam sido presos por outros crimes. A Polícia Civil ainda levantava, no final da tarde de ontem, as fichas criminais deles.


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