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URBANISMO
Contru vê problemas na estrutura do telhado e diz que há risco de desabamento; padre promete rezar missa na rua
Santuário do padre Marcelo é interditado
KARINA KLINGER
da "Folha da Tarde"
O Contru (Departamento de
Controle do Uso de Imóveis) interditou ontem o Santuário do Terço
Bizantino, em Interlagos (zona
sul), por problemas de segurança.
No local são realizadas, desde maio
do ano passado, as missas do padre
carismático Marcelo Rossi, que
reúnem, em média, 60 mil pessoas
por dia.
As missas, que acontecem às
quintas, sábados e domingos, estão suspensas por tempo indeterminado. Ontem, o padre Marcelo
Rossi confirmou a missa da manhã
que acontece hoje. Ela será celebrada na rua.
De acordo com o diretor do Contru, Carlos Alberto Venturelli, um
dos maiores problemas do galpão
é a estrutura do telhado. "As telhas
são muito leves, com um vento
mais forte, o telhado corre o risco
de desabar", diz o diretor.
Além disso, o galpão ainda apresenta ligações elétricas precárias,
falhas na iluminação de emergência, mangueiras podres e falta de
alarme contra incêndio e de saídas
de emergência.
Durante a vistoria, os técnicos
constataram que as ligações elétricas irregulares poderiam causar
um incêndio.
O diretor do Contru ainda chama
atenção para os tijolos das entrada
do galpão. Com um pequeno toque eles podem cair na cabeça de
alguém facilmente.
As cadeiras soltas, que ficam espalhadas pelo Santuário durante
as missas, também representam
risco para os fiéis. "Durante algum
tumulto, a locomoção fica difícil",
disse Venturelli.
O Santuário está sendo usado há
quase um ano sem o alvará de funcionando.
Outro lado
O arquiteto responsável pelas
obras no Santuário do Terço Bizantino, José Neves, afirma que a
Diocese de Santo Amaro já estava
ciente dos problemas da obra desde o início.
"Como técnicos não temos força
para impedir a realização das missas", disse Neves.
"Foi um acúmulo de coisas. Por
enquanto, ainda estamos fazendo obras para diminuir o som
das missas", completa o advogado da diocese, Diogo Rodrigues
Filho. Contrariando a declaração de Neves, o advogado diz
que a diocese desconhecia os riscos da construção.
O advogado afirma ainda que
o contrato de locação do imóvel
é provisório e não se poderia fazer tantos investimentos no local. "Não sou juiz para julgar
ninguém, vejo que a prefeitura
está querendo até colaborar.
Agora eu me questiono com o
tempo e o modo que foi feito,
hoje (quarta-feira), sendo que eu
tenho uma grande missa amanhã de manhã", disse o padre
Marcelo.
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