|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Denúncias de corrupção na polícia de SP crescem 72%
Segundo relatório da Ouvidoria, foram 192 acusações contra policiais em 2009
Para a Secretaria de Estado da Segurança Pública, mais reclamações não significam que tenha havido mais irregularidades em SP
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Ouvidoria da Polícia de São
Paulo registrou um aumento de
72% nas denúncias de corrupção envolvendo policiais civis e
militares no Estado durante o
ano passado em comparação
com o ano anterior. Em 2009,
foram 192 reclamações feitas
ao órgão, contra 111 em 2008.
Os dados constam de relatório divulgado ontem pela Ouvidoria, órgão que recebe e encaminha denúncias envolvendo
policiais a instituições como o
Ministério Público, a Defensoria Pública e a Corregedoria.
Com um efetivo que equivale
a 1/3 do total da Polícia Militar,
a Polícia Civil teve mais queixas
sobre supostos casos de corrupção. Foram 109 denúncias
contra policiais civis e 68 contra militares durante o ano passado -em 15 oportunidades, o
denunciante citou tanto um civil quanto um militar.
No total, o governo de SP tem
127 mil policiais civis e militares. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, esse
contingente prestou 14,1 milhões de atendimentos diversos
durante o ano passado.
O relatório anual da Ouvidoria não apontou apenas alta nas
denúncias de corrupção. Homicídios (aumento de 8%), torturas (15%), má qualidade no
atendimento (8%) e abordagens com excesso (136%) foram
outras ocorrências que tiveram
crescimento de acusações.
Por outro lado, houve queda
nas denúncias de agressões
(-6%) e abuso de autoridade
(-66%). No total, no ano passado, 4.526 queixas foram encaminhadas à Ouvidoria, principalmente pelo telefone e pela
internet. O número é 15%
maior que o do ano anterior.
Para a Secretaria da Segurança Pública, o crescimento das
acusações não significa que tenha havido mais irregularidades.
O ouvidor das polícias de SP,
Gonzaga Dantas, disse que o
aumento na quantidade das reclamações demonstra que a população está mais consciente
de seus direitos e que passou a
fiscalizar com maior frequência as ações da polícia. "Nenhum policial tem o poder de
torturar ou matar ninguém."
Texto Anterior: Greve dos professores: CET pede mudança do local de assembleia e aciona a Justiça Próximo Texto: Outro lado: Todas as denúncias são investigadas, afirma secretaria Índice
|