São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 2002

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CLIMA

Sessenta e nove das 77 áreas de risco cadastradas pela Defesa Civil na região metropolitana de Fortaleza ficaram debaixo d'água

Chuva deixa 23 mil desabrigados no Ceará

Fabio Lima/"O Povo"
Chuva deixa bairro de Fortaleza alagado; alguns desabrigados foram levados para prédios públicos


DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A chuva deixou pelo menos 5.600 famílias desabrigadas -cerca de 23 mil pessoas- ontem nos municípios da região metropolitana de Fortaleza. Sessenta e nove das 77 áreas de risco cadastradas pela Defesa Civil do Estado na região, localizadas principalmente próximo a rios e açudes, ficaram debaixo d'água.
Os desalojados tiveram de ir para casas de amigos ou para as sedes de associações de bairros. Alguns foram encaminhados para prédios públicos.
Outras 6.000 famílias também foram atingidas pelas enchentes, mas ainda puderam permanecer em suas casas.
A situação mais crítica foi no município de Caucaia, em áreas próximas ao riacho Maranguapinho, que transbordou.
No local, choveu 105 milímetros desde a madrugada de ontem, segundo a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos). Não parou de chover durante todo o dia.
"A água levou tudo o que eu tinha, fogão, cama, roupa, comida", disse Valéria Oliveira, 24, moradora do bairro Genibaú, em Caucaia, que teve de ir com os quatro filhos para a sede da associação do bairro.
A Defesa Civil distribuiu colchões e lonas aos atingidos. O Corpo de Bombeiros e as prefeituras locais também ajudaram no socorro aos desabrigados.

Capital
Em Fortaleza, a chuva alagou ruas e atrapalhou bastante o trânsito, causando a interrupção do tráfego em avenidas centrais da cidade, como no cruzamento entre a avenida Barão de Studart e a rua Torres Câmara.
No local, como são comuns os alagamentos, três flanelinhas fazem plantão durante a chuva para ganhar algum dinheiro ajudando motoristas que tiveram os carros atingidos pela enchente.
O problema dos alagamentos se repete anualmente em Fortaleza nesta época do ano.
Em abril de 2001, as fortes chuvas deixaram cerca de 50 mil pessoas desabrigadas e causaram oito mortes.

Áreas de risco
Para amenizar o problema, o governo do Estado tem como meta construir 10 mil casas por ano para receber pessoas que atualmente vivem em áreas de risco.
O objetivo, porém, só poderá ser alcançado, segundo a Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, em dez anos, no mínimo.
Fortaleza é o município com pior índice de déficit habitacional do país, com 22,7% de carência em relação ao número de domicílios já existentes.



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