São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 2002

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ESTRADAS

Obra começaria em janeiro

Alckmin ataca Viaoeste e recusa rever contrato

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse ontem que não fará a revisão dos contratos de concessão da Viaoeste e ameaçou ir à Justiça contra a empresa caso ela se recuse a duplicar um trecho da rodovia Raposo Tavares, de Cotia a Sorocaba.
"A concessionária tem obrigação de fazer a duplicação da Raposo Tavares e não vai dar desculpa esfarrapada para não fazer. Nós vamos acionar até juridicamente se for necessário."
A Viaoeste, responsável pelo sistema Castelo Branco/Raposo Tavares, pediu uma renegociação do contrato assinado em 1998 sob a alegação de que, do contrário, não teria condições de iniciar a duplicação de mais de 60 km.
As obras deveriam ter começado em janeiro, mas a empresa alega ter havido mudanças nos últimos anos que diminuíram as previsões de retorno financeiro.
Alckmin disse que a Viaoeste é a única das 12 concessionárias do Estado "que está dando dor de cabeça" ao governo paulista.
A principal frustração da empresa foi as marginais da Castelo Branco, inauguradas em 2001. Só 20 mil dos 35 mil usuários esperados diariamente usam os 11 km das pistas, em cada sentido da rodovia, que custaram R$ 180 milhões. O Estado pressiona a Viaoeste para reduzir a tarifa desse pedágio -de R$ 3,50. A avaliação da Comissão de Concessões é que essa medida atrairia os usuários que hoje adotam trajetos alternativos e rotas de fuga para escapar da cobrança.
Alckmin disse ontem que chegou a fazer uma proposta para reduzir a tarifa, sem perda de receita para a concessionária, mas que não houve entendimento. "Não teria perda de receita e, se tivesse, o governo pagava a diferença".
Um dos motivos alegados pela Viaoeste para a renegociação dos contratos é uma lei aprovada no Congresso Nacional estabelecendo pagamento de ISS (Imposto Sobre Serviços) para os municípios que têm praça de pedágio. "Essa é uma lei para o país inteiro. Todas as concessionárias estão cumprindo", disse Alckmin.
A Viaoeste foi procurada ontem para se manifestar sobre as declarações de Alckmin, mas não respondeu aos pedidos de entrevista.



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