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LEGISLATIVO
Proposta de expulsar vereador divide o PT
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O parecer da comissão de ética
do PT que sugeriu a expulsão do
vereador Carlos Giannazi causou
um racha na bancada do partido.
Segundo alguns petistas, a punição pode prejudicar a imagem do
PT às vésperas das eleições.
A Folha apurou que pelo menos
sete dos 15 vereadores do PT são
contrários à expulsão de Giannazi, embora os mais ligados ao governo sejam favoráveis à medida.
Os petistas contrários à expulsão consideram que a suspensão a
que Giannazi vem sendo submetido desde dezembro do ano passado seja suficiente para puni-lo.
Os vereadores Carlos Neder,
Lucila e Nabil Bonduki estão entre os que acreditam que a expulsão seja uma medida drástica demais. "A expulsão vai prejudicar o
partido porque Giannazi é uma
presença importante na Câmara e
porque vai passar uma imagem
de intolerância, o que pode desgastar o PT em um ano de eleições", afirmou Bonduki.
Giannazi foi repreendido por
ter votado contra a proposta da
prefeita Marta Suplicy de incluir
novas despesas nos gastos com
educação. Na opinião do vereador, isso significa uma redução no
investimento de 30% para 25%.
"Votei contra um projeto que
violava toda a postura histórica
do PT, pedimos o impeachment
do Pitta porque ele não aplicava
os 30%", disse.
O presidente da Câmara Municipal, José Eduardo Cardozo,
também é contrário à expulsão.
"Acho que a conduta dele [Giannazi" se deu em função de uma
questão de consciência e sou contra a sanção máxima", disse.
A sugestão de expulsar Giannazi foi aprovada por quatro dos
cinco membros da comissão. Só
João Whitaker foi contrário e fez
um relatório em separado.
Os relatórios serão julgados no
dia 16 por cerca de 40 membros
do diretório municipal, mas nem
todos os vereadores do PT integram o diretório. Apesar de não
poderem votar, esses vereadores
acreditam que sua opinião também deva ser levada em conta.
A comissão de ética foi designada pelo vereador Ítalo Cardoso,
presidente municipal do PT, em
dezembro do ano passado.
Com o racha na bancada, vereadores mais ligados ao governo
preferiram não se manifestar antes do dia 16. "Vamos analisar os
relatórios e depois definiremos
uma posição", disse Arselino Tatto, líder do PT na Câmara.
Giannazi se reuniu com o vice-prefeito Hélio Bicudo para pedir
ponderação na decisão do partido. Outras lideranças do partido
também devem ser procuradas.
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