São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 2002

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LEGISLATIVO

Proposta de expulsar vereador divide o PT

MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O parecer da comissão de ética do PT que sugeriu a expulsão do vereador Carlos Giannazi causou um racha na bancada do partido. Segundo alguns petistas, a punição pode prejudicar a imagem do PT às vésperas das eleições.
A Folha apurou que pelo menos sete dos 15 vereadores do PT são contrários à expulsão de Giannazi, embora os mais ligados ao governo sejam favoráveis à medida.
Os petistas contrários à expulsão consideram que a suspensão a que Giannazi vem sendo submetido desde dezembro do ano passado seja suficiente para puni-lo.
Os vereadores Carlos Neder, Lucila e Nabil Bonduki estão entre os que acreditam que a expulsão seja uma medida drástica demais. "A expulsão vai prejudicar o partido porque Giannazi é uma presença importante na Câmara e porque vai passar uma imagem de intolerância, o que pode desgastar o PT em um ano de eleições", afirmou Bonduki.
Giannazi foi repreendido por ter votado contra a proposta da prefeita Marta Suplicy de incluir novas despesas nos gastos com educação. Na opinião do vereador, isso significa uma redução no investimento de 30% para 25%.
"Votei contra um projeto que violava toda a postura histórica do PT, pedimos o impeachment do Pitta porque ele não aplicava os 30%", disse.
O presidente da Câmara Municipal, José Eduardo Cardozo, também é contrário à expulsão. "Acho que a conduta dele [Giannazi" se deu em função de uma questão de consciência e sou contra a sanção máxima", disse.
A sugestão de expulsar Giannazi foi aprovada por quatro dos cinco membros da comissão. Só João Whitaker foi contrário e fez um relatório em separado.
Os relatórios serão julgados no dia 16 por cerca de 40 membros do diretório municipal, mas nem todos os vereadores do PT integram o diretório. Apesar de não poderem votar, esses vereadores acreditam que sua opinião também deva ser levada em conta.
A comissão de ética foi designada pelo vereador Ítalo Cardoso, presidente municipal do PT, em dezembro do ano passado.
Com o racha na bancada, vereadores mais ligados ao governo preferiram não se manifestar antes do dia 16. "Vamos analisar os relatórios e depois definiremos uma posição", disse Arselino Tatto, líder do PT na Câmara.
Giannazi se reuniu com o vice-prefeito Hélio Bicudo para pedir ponderação na decisão do partido. Outras lideranças do partido também devem ser procuradas.



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