São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 2002

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SORTEIO NA TV

Polícia e Promotoria começam a investigar deputado e a Top Vida
Quase dois anos após ser acusado de apropriação indébita, estelionato e falsidade ideológica em sorteios pela TV, o deputado Waldemar Alves Faria Júnior (PL) terá sua ex-empresa Top Vida investigada pela polícia e Ministério Público de SP.
É que a apuração inicial da polícia estava no Tribunal de Justiça aguardando autorização da Assembléia para que ele fosse processado. Essa liberação deixou de ser necessária com a emenda constitucional aprovada em 2001 e que acaba com a imunidade para crimes comuns.
A Companhia Excelsior Seguros diz que o deputado e seu irmão falsificaram a apólice de seguro da cartela da série vermelha, em dezembro de 99.
Em oito promoções, a Top Vida faturou cerca de R$ 40,8 milhões e até hoje há pessoas tentando receber os prêmios anunciados -até R$ 700 mil em ouro- , conforme denunciou a Folha em maio de 2000.
O deputado, seu irmão Fábio Malvestio Faria, seu pai Waldemar Faria, seu sogro Rodolpho Mario Carvalho Lopes, todos ex-sócios, deveriam ser ouvidos hoje pelo desembargador Flavio Pinheiro, entre outros ex-donos, mas a audiência foi adiada. Oficiais de Justiça disseram não ter encontrado todos eles.
O depoimento foi marcado em 4 de fevereiro. No mesmo dia, o desembargador aceitou pedido para buscar dados da empresa no Banco Central, Superintendência de Seguros Privados e Ministério da Fazenda.
Por ser deputado, Faria Júnior tem direito a foro privilegiado. Se houver a denúncia, é o Órgão Especial do TJ quem decide se ele será processado.
Ontem à noite, o deputado não foi localizado. Em sua única entrevista à Folha, em 2000, ele disse que deixou de ser sócio da Top Vida antes do primeiro sorteio. Em outro processo, porém, um juiz de 1ª instância o responsabilizou por dívidas da Top Vida por entender que ele continuou ligado à empresa.
(DA REPORTAGEM LOCAL)


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