DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa Datafolha aponta queda da confiança da população de São Paulo em seus vereadores. A avaliação dos primeiros três meses de trabalho de 2005 é bem mais desfavorável do que o desempenho verificado em 2001, também início de legislatura na Câmara Municipal.
Segundo o Datafolha, 33% dos entrevistados consideraram o desempenho dos atuais vereadores ruim ou péssimo. Em 2001, esse índice foi de 19%.
O levantamento foi realizado quarta e quinta-feira da semana passada e contou com 1.624 entrevistados com 16 anos ou mais. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Os indicadores positivos apresentam queda, principalmente no item de desempenho ótimo ou bom. Em relação aos vereadores eleitos no ano passado, esse índice ficou em 14%, contra os 26% verificados na pesquisa Datafolha realizada em 2001.
O percentual que considerou o desempenho dos vereadores regular também caiu: de 47%, em 2001, para 41%, neste ano.
A reprovação ao trabalho dos atuais vereadores é ainda maior entre os entrevistados com mais escolaridade e poder aquisitivo. Segundo a pesquisa, 44% entre os paulistanos com escolaridade superior e 43% entre os que têm renda familiar mensal superior a dez salários mínimos apontaram desempenho ruim ou péssimo.
Os melhores indicadores conseguidos pelos atuais vereadores estão entre os moradores que não passaram do ensino fundamental - 17% consideraram o desempenho ótimo ou bom- , e os que têm renda familiar de até cinco salários mínimos -15% aprovaram a legislatura.
Em março de 2001, quando registrava crescimento da aprovação, a Câmara Municipal promovia uma reforma administrativa para cortar despesas e tentar moralizar a instituição.
As mudanças foram adotadas logo depois do fim de uma legislatura problemática. Na gestão anterior, dois vereadores e um ex-vereador tinham sido presos acusados de envolvimento na chamada "máfia dos fiscais" -esquema de corrupção e pagamento de propina envolvendo comerciantes e servidores públicos. Em julho de 2000, os vereadores também votaram contra o pedido de impeachment do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
No começo de 2001, a tentativa de reforma administrativa e a renovação de 50% das cadeiras foram apontadas por alguns vereadores como os fatores responsáveis pelo aumento da credibilidade da Câmara.


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