São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2008

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ANTONIO RODRIGUES DE ARAÚJO (1950 - 2008)

Toinho de Limoeiro, da feira à seresta

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

De vendedor de sandálias a seresteiro pop em Pernambuco, Antonio Rodrigues de Araújo, o Toinho de Limoeiro, passou um pedaço traduzido em música. "Em casa, sempre foi um fenômeno."
Nasceu na Limoeiro (PE) que o batizou como artista. Órfão de pai, desde os sete trabalhou para ajudar a mãe, que lavava e engomava para fora. Chegou a passar fome. E muito calçado vendeu, na feira, e muita pedra quebrou, à marreta, para sobreviver.
Até que foi morar na gráfica do tio e aprendeu o metiê, abrindo seu negócio no quintal de casa. "Aí botou na cabeça que queria cantar" e começou a fazer serestas, em parceria com Alcymar Monteiro e Petrúcio Amorim. Logo fazia shows solo.
Parecia mentira, mas gravou em 1996 o primeiro álbum de músicas românticas em ritmos do Nordeste. "Com dinheiro ou sem dinheiro sobre as asas da paixão, vou vuar pra Limoeiro e brincar o melhor São João", dizia a canção mais famosa.
Miúdo em seu 1,55 m de altura, era um bom garfo para rabada, devorada nos domingos que passava, noite adentro, na serestas em seu sítio. Nunca reclamou de nada. Só quando tinha um ataque é que se sabia a doença.
Casado, tinha três filhos e dois netos. A filha Kátia seguiu a carreira e tem o pai no repertório. Diabético e cardíaco, morreu de derrame, sábado, aos 57. "No enterro, teve muita flor e choro, um arraso", diz a viúva. "Todos eram loucos por ele."


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