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ANTONIO RODRIGUES DE ARAÚJO (1950 - 2008)
Toinho de Limoeiro, da feira à seresta
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
De vendedor de sandálias a
seresteiro pop em Pernambuco, Antonio Rodrigues de Araújo, o Toinho de Limoeiro, passou um pedaço traduzido em música. "Em casa,
sempre foi um fenômeno."
Nasceu na Limoeiro (PE)
que o batizou como artista.
Órfão de pai, desde os sete
trabalhou para ajudar a mãe,
que lavava e engomava para
fora. Chegou a passar fome.
E muito calçado vendeu, na
feira, e muita pedra quebrou,
à marreta, para sobreviver.
Até que foi morar na gráfica do tio e aprendeu o metiê,
abrindo seu negócio no quintal de casa. "Aí botou na cabeça que queria cantar" e começou a fazer serestas, em
parceria com Alcymar Monteiro e Petrúcio Amorim. Logo fazia shows solo.
Parecia mentira, mas gravou em 1996 o primeiro álbum de músicas românticas
em ritmos do Nordeste.
"Com dinheiro ou sem dinheiro sobre as asas da paixão, vou vuar pra Limoeiro e
brincar o melhor São João",
dizia a canção mais famosa.
Miúdo em seu 1,55 m de altura, era um bom garfo para
rabada, devorada nos domingos que passava, noite adentro, na serestas em seu sítio.
Nunca reclamou de nada. Só
quando tinha um ataque é
que se sabia a doença.
Casado, tinha três filhos e
dois netos. A filha Kátia seguiu a carreira e tem o pai no
repertório. Diabético e cardíaco, morreu de derrame,
sábado, aos 57. "No enterro,
teve muita flor e choro, um
arraso", diz a viúva. "Todos
eram loucos por ele."
obituario@folhasp.com.br
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