São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

FOCO

Morador de favela na divisa com Osasco combate novos barracos

RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ansiosos pela reurbanização da favela onde vivem, moradores da Vila Miguel Costa, na divisa entre Osasco e São Paulo, estão fazendo até plantão durante a madrugada, na tentativa de coibir novos barracos.
"Já fui acordada às 3h da manhã por um dono de bar que tinha visto gente construindo um barraco. Todo dia aparece família nova", diz a líder comunitária Priscila Asnar, 28. Segundo ela, que vive há sete anos na favela, cem novas famílias se mudaram para o local de janeiro de 2010 para cá.
As construções irregulares já se estendem em direção ao trecho oeste do Rodoanel e ao lado da estação General Miguel Costa da CPTM. De acordo com a Prefeitura de Osasco, 250 famílias moram na Miguel Costa.
Os moradores reclamam que a chegada de novos vizinhos atrasa a obtenção de recursos para a região e inviabiliza a instalação de praças e serviços públicos. Um incêndio no último dia 25 de fevereiro chegou a destruir 15 barracos e ferir duas pessoas.
"A gente vem para cá pelos custos e pela localização. Tem supermercado, trem e ônibus próximos", diz Rosilda Cardoso, 40, moradora da favela há três anos.
Nascida em Itapetinga, na Bahia, Rosilda desembolsou R$ 6.300 por dois barracos geminados que abrigam sete pessoas. Outras duas irmãs de Rosilda moram em outros barracos na mesma favela.
A Prefeitura de Osasco diz que fiscaliza o surgimento de novos barracos e os destrói quando identificados.
O órgão afirma que o projeto de reurbanização da favela, concluído em 2007, ainda não saiu do papel porque parte de sua área pertence à Prefeitura de São Paulo.
A Prefeitura de São Paulo afirmou, porém, não ter localizado nenhum terreno seu na região da favela.


Texto Anterior: Análise: Gasto com educação permite diferentes interpretações
Próximo Texto: Atmosfera
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.