São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999
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Migração aumenta insegurança

do Conselho Editorial

Estatísticas inéditas produzidas pelo SOS Criança dão pistas sobre os motivos do aumento da percepção de insegurança na classe média paulistana. Os educadores do SOS perguntam a crianças de rua se elas usam ou não drogas -um critério que, a rigor, vai encontrar um resultado subestimado.
De março de 1997 a abril de 1998, 20% das crianças e dos adolescentes do centro se diziam consumidores de drogas; em sua maioria, cola e crack. Ou ambos.
No período de abril de 1998 a fevereiro deste ano, essa porcentagem despencou para 9%. Menos do que a metade. Para onde foi esse consumo?
A região sul, que engloba o bairro dos Jardins, pulou, no período, de 0,81% para 9%, o que revela com clareza a migração dos dependentes. Também aumentou na zona oeste, onde os educadores contataram os drogados em bairros como Pinheiros e Vila Madalena: saltou de 1,93% para 2,33%.
Não significa que nesses pontos seja necessariamente realizado tráfico. Mas os dependentes andam nesses locais e, assim, cresce o risco de furtos e assaltos.
A estatística sobre onde moram, nas ruas, crianças e adolescentes sofre uma tendência semelhante. O SOS detém a melhor amostragem sobre quantos garotos moram nas ruas; no centro, engloba cerca de 90%.
O que se vê, no mesmo período, é a redução da população infantil de na região central. Caiu de 526 para 328, próximo dos 35%. (GD)




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