|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Em 2001, governo destinou R$ 239 por ano às escolas; maior parte do dinheiro foi usada para serviços de informática
Verba para segurança nas escolas aumenta 9 vezes
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do PSDB em São
Paulo vai gastar neste ano em relação a 2001 nove vezes mais em
segurança da rede escolar de ensino graças à aprovação de emenda
do PT que assegurou R$ 16 milhões para essa despesa. Segundo
o Datafolha, a criminalidade é o
principal problema do país para
27% do eleitorado do Estado.
O tema deverá dominar o debate eleitoral em torno da sucessão
ao governo paulista. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) é
pré-candidato à sua reeleição.
Em 2000 e 2001, os valores previstos para a segurança escolar
nem sequer foram gastos totalmente. No ano passado, do R$
1,64 milhão orçado, foi executado
R$ 1,47 milhão. No anterior, 1,18
milhão, da previsão inicial de 1,32
milhão, serviu para dar segurança
às 6.177 escolas estaduais.
A verba total da Secretaria da
Segurança Pública é de R$ 4,8 bilhões; a da pasta da Educação, é de
R$ 9 bilhões.
Plano de Alckmin
O plano anunciado na terça-feira por Alckmin para o programa
de segurança nas escolas vai usar
10% da verba do Fisp (Fundo de
Investimento em Segurança Pública), conforme lei aprovada no
ano passado.
Na oportunidade, o governador
disse que investe há pelo menos
três anos na área e que agora está
intensificando a prevenção à violência nas escolas.
No plano, a Secretaria da Segurança terá R$ 16 milhões para o
programa e a pasta da Educação,
outros R$ 73 milhões. Entre as
propostas anunciadas, estão a
compra de mais 471 carros de polícia, aquisição de câmeras de TV
e a contratação de 2.000 vigias em
caráter emergencial.
A verba dos anos anteriores não
foi investida em detectores de metal ou câmeras de TV. Em 2000, a
maior parte do dinheiro pagou
uniformes para as policiais femininas responsáveis pela segurança no entorno das escolas.
Em 2001, a maior parte da verba
foi para serviços de informática.
Deixaram os cofres públicos para
pagar gasolina, manutenção e
conservação de veículos cerca de
R$ 800 mil no ano passado e R$
885 mil em 2000.
A capital, com 1.069 escolas, recebeu o maior percentual da verba: 66% no ano passado e 88% no
ano anterior.
Mas, dos 39 municípios da região metropolitana, 24 não foram
incluídos no programa em 2000
-isso é, não receberam nada para a seguranças nas escolas. No
ano passado, 16 ficaram de fora.
E grandes cidades, como São
Caetano e Santos e São José dos
Campos, não registram aporte de
verba nos dois últimos anos.
A cidade com maior número de
unidades de ensino estadual da
região metropolitana, Guarulhos,
por exemplo, recebeu por ano R$
32,68 e R$ 22,08 para cada uma de
suas 153 escolas, em 2000 e 2001.
Críticas
O diretor da Udemo (sindicato
dos diretores de escolas), Luiz
Gonzaga de Oliveira Pinto, 64,
afirma que a ampliação de investimentos na área é necessária,
mas tardia. Segundo ele, a presença da polícia "não exclui a necessidade de um aparato educacional
para combater o problema."
Já a presidente da Associação de
Pais e Alunos do Estado, Hebe
Tolosa, elogiou a proposta de reforçar o policiamento nas escolas,
mas criticou a possibilidade, admitida nesta semana pelo secretário da Segurança, Saulo de Castro
Abreu Filho, de os estudantes serem revistados.
O secretário Gabriel Chalita
(Educação) disse ontem também
ser contra a revista de alunos pela
polícia. Segundo ele, se acontecer,
a revista será "esporádica, pontual, em algum local muito violento". "A revista é uma medida limite num caso absolutamente extremo. Sou contra, dentro da sala de aula e na entrada também", afirmou o secretário.
Texto Anterior: Trânsito: São Paulo tem recorde de congestionamento no ano Próximo Texto: Outro lado: Lei causou aumento de verba neste ano, afirma secretaria Índice
|