São Paulo, segunda-feira, 11 de maio de 2009

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86% dos fumantes dizem que respeitarão proibição

Datafolha mostra que 11% pretendem ignorar lei

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa Datafolha realizada em São Paulo aponta a disposição dos fumantes da capital em respeitar a lei antifumo (86%), que passa a valer em todo o Estado a partir de 6 de agosto.
O levantamento, que ouviu 622 moradores da cidade nos dias 5 e 6 deste mês, mostra que 11% pretendem ignorar as restrições. O restante (3%) afirma não saber como vão agir diante da nova legislação, sancionada pelo governador José Serra (PSDB) na semana passada.
As regras acabam com os fumódromos e os espaços para fumantes em locais de acesso público, como bares e restaurantes. Será permitido acender um cigarro apenas ao ar livre ou em lugares onde o direito à intimidade é preservado, como dentro de casa, no próprio carro ou em quartos de hotéis.
No estrato geral dos entrevistados, incluindo fumantes e não fumantes, 80% são a favor das novas medidas restritivas ao fumo, e 14% se dizem contrários à lei. Outros 5% se declararam indiferentes a ela.
A margem de erro da pesquisa é quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
Se levando em conta só os entrevistados que fumam, a maioria também aprova a lei: 59%. Cerca de um terço desaprova.
Entre os entrevistados não fumantes a aprovação é de 87%.
Segundo a Vigilância Sanitária, a fiscalização vai ser feita sobretudo à noite e de madrugada, horário de maior movimento de bares e restaurantes e quando as boates estão abertas.
As multas, diz a Secretaria de Estado da Saúde, vão ser aplicadas mesmo que os fumantes não sejam pegos no flagra.
Não há qualquer multa prevista para o fumante, apenas para os estabelecimentos.
Cinzeiro ou bituca largada no lixo ou no banheiro serão indício suficiente para notificação.
Com base na legislação sanitária, as multas serão de R$ 792,50, na primeira infração, e o dobro (R$ 1.585) na segunda. Na terceira autuação, o prédio será interditado por 48 horas. Na reincidência, o fechamento será por até 30 dias.

Rigor
A maioria dos entrevistados pelo Datafolha (61%), incluindo fumantes e não fumantes, considera que o rigor da lei está na medida. Para 21% há exagero do governo nas restrições. Outros 16% acham que a legislação poderia ser mais dura.
Entre os fumantes, metade avalia que a lei está na medida certa -11 pontos percentuais abaixo da média geral- e 36% acham que existe exagero.
"Estou superotimista com o cumprimento da proibição. A pesquisa demonstra consciência da população sobre os males do fumo passivo e isso, combinado à fiscalização, tem tudo para fazer com que a lei pegue para valer", afirmou Paula Johns, diretora da ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).
Para a Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo), pessoas vão querer sair dos estabelecimentos para fumar, o que vai gerar "grandes problemas".
"Ao sair para fumar o cliente poderá até ir embora sem pagar. Vou ter um custo de segurança na rua. Para fazer um puxadinho externo para fumantes precisamos de alvará da prefeitura, que demora anos. Fica difícil gerenciar isso", disse Marcus Rosa, diretor da associação.
Segundo a pesquisa, 26% declaram fumar, mesmo que de vez em quando. Dos entrevistados, 91% disseram estar informados da proibição ao cigarro em ambientes fechados.


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