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86% dos fumantes dizem que respeitarão proibição
Datafolha mostra que 11% pretendem ignorar lei
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisa Datafolha realizada
em São Paulo aponta a disposição dos fumantes da capital em
respeitar a lei antifumo (86%),
que passa a valer em todo o Estado a partir de 6 de agosto.
O levantamento, que ouviu
622 moradores da cidade nos
dias 5 e 6 deste mês, mostra que
11% pretendem ignorar as restrições. O restante (3%) afirma
não saber como vão agir diante
da nova legislação, sancionada
pelo governador José Serra
(PSDB) na semana passada.
As regras acabam com os fumódromos e os espaços para
fumantes em locais de acesso
público, como bares e restaurantes. Será permitido acender
um cigarro apenas ao ar livre ou
em lugares onde o direito à intimidade é preservado, como
dentro de casa, no próprio carro ou em quartos de hotéis.
No estrato geral dos entrevistados, incluindo fumantes e
não fumantes, 80% são a favor
das novas medidas restritivas
ao fumo, e 14% se dizem contrários à lei. Outros 5% se declararam indiferentes a ela.
A margem de erro da pesquisa é quatro pontos percentuais,
para mais ou para menos.
Se levando em conta só os entrevistados que fumam, a maioria também aprova a lei: 59%.
Cerca de um terço desaprova.
Entre os entrevistados não
fumantes a aprovação é de 87%.
Segundo a Vigilância Sanitária, a fiscalização vai ser feita
sobretudo à noite e de madrugada, horário de maior movimento de bares e restaurantes e
quando as boates estão abertas.
As multas, diz a Secretaria de
Estado da Saúde, vão ser aplicadas mesmo que os fumantes
não sejam pegos no flagra.
Não há qualquer multa prevista para o fumante, apenas
para os estabelecimentos.
Cinzeiro ou bituca largada no
lixo ou no banheiro serão indício suficiente para notificação.
Com base na legislação sanitária, as multas serão de
R$ 792,50, na primeira infração, e o dobro (R$ 1.585) na segunda. Na terceira autuação, o
prédio será interditado por
48 horas. Na reincidência, o fechamento será por até 30 dias.
Rigor
A maioria dos entrevistados
pelo Datafolha (61%), incluindo fumantes e não fumantes,
considera que o rigor da lei está
na medida. Para 21% há exagero do governo nas restrições.
Outros 16% acham que a legislação poderia ser mais dura.
Entre os fumantes, metade
avalia que a lei está na medida
certa -11 pontos percentuais
abaixo da média geral- e 36%
acham que existe exagero.
"Estou superotimista com o
cumprimento da proibição. A
pesquisa demonstra consciência da população sobre os males
do fumo passivo e isso, combinado à fiscalização, tem tudo
para fazer com que a lei pegue
para valer", afirmou Paula
Johns, diretora da ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).
Para a Abresi (Associação
Brasileira de Gastronomia,
Hospedagem e Turismo), pessoas vão querer sair dos estabelecimentos para fumar, o que
vai gerar "grandes problemas".
"Ao sair para fumar o cliente
poderá até ir embora sem pagar. Vou ter um custo de segurança na rua. Para fazer um puxadinho externo para fumantes
precisamos de alvará da prefeitura, que demora anos. Fica difícil gerenciar isso", disse Marcus Rosa, diretor da associação.
Segundo a pesquisa, 26% declaram fumar, mesmo que de
vez em quando. Dos entrevistados, 91% disseram estar informados da proibição ao cigarro
em ambientes fechados.
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